Joaquin Phoenix, o ator que nunca se acomoda em busca do primeiro Oscar
Joaquin Phoenix é falado em Hollywood há mais de duas décadas, nunca se acomodando em um determinado tipo de papel ou em um gênero cinematográfico. O norte-americano de 43 anos consegue passear com facilidade por diversos temas, e está atualmente no cinema como um assassino de aluguel em "Você Nunca Esteve Realmente Aqui".
Como o hitman Joe, que usa do seu histórico familiar de violência e medo para ser conhecido pela brutalidade no trabalho, Joaquin conquistou a estatueta de melhor ator no Festival de Cannes 2017, um prêmio inédito na elogiada filmografia do astro de Hollywood.
A expectativa é que o novo projeto de Lynne Ramsay possa levar Joaquin a finalmente ganhar o prêmio máximo do cinema, após três tentativas frustradas em "Gladiador", "Johnny & June" e "O Mestre". A "Entertainment Weekly" aponta em suas previsões para o Oscar 2019 que este é o momento certo para o ator conseguir mais reconhecimento da Academia.
As três indicações que Joaquin recebeu para a estatueta dourada comprovam a pluralidade de seu trabalho. Em "Gladiador" (2000), o coadjuvante interpretou Cómodo, filho de Marco Aurélio, que mata o pai após perceber a predileção do imperador por Máximus (papel de Russell Crowell).
Por outro lado, "Johnny & June" (2005) afastou o ator das batalhas sangrentas entre espadas e focou na vida conturbada do genial músico Johnny Cash, mais uma performance marcante de Joaquin, que conseguiu dar vida ao ícone do country americano apenas dois anos após sua morte.
A grande esnobada da Academia com o ator se deu por "O Mestre" (2012), em que o protagonista viveu um veterano da Segunda Guerra que se envolve em uma seita filosófica para tentar se "limpar" dos pecados passados.
O que fica evidente é o cuidado de Joaquin em não ser taxado em um mercado cada vez mais centrado em rótulos. Caso sejam analisados ainda outros filmes do ator, que não receberam a mesma pompa dos elogiados pela Acadêmia, o padrão de Hollywood também é quebrado.
O astro de Hollywood já viveu um hipster fofo e solitário em "Ela" (2013), uma análise de como a tecnologia afasta as pessoas e modifica o que conhecemos como emoção. Ele também passou por maus bocados e praticamente enlouqueceu com alienígenas no seu quintal em "Sinais" (2002), fazendo a dobradinha com o diretor M. Night Shyamalan em "A Vila" (2004), vivendo o apaixonado Lucius.
Também não tem como esquecer "Eu Ainda Estou Aqui" (2010), um documentário falso em que o ator abandona Hollywood para virar um rapper de sucesso. O projeto ainda contou com uma entrevista antológica para o apresentador David Letterman, quando o projeto ainda não tinha sido revelado.
Contando apenas neste ano, Joaquin foi Jesus em "Maria Madelena" (2018) e ainda encarnou o cartunista tetraplégico John Callaham em "Don't Worry, He Won't Get Far on Foot" (2018), passando boa parte das gravações confinado em uma cadeira de rodas.
Se há um traço particular no trabalho de Joaquin Phoenix é a adoração pelo drama psicológico, talvez por isso ele tenha se entusiasmado em viver o vilão Coringa nos cinemas, em um filme diferente do que estamos acostumados no mundo dos super-heróis, muito mais sinistro e com baixo orçamento em comparação a blockbusters como "Liga da Justiça" e "Vingadores".
"Eu vejo [este filme] como qualquer outro. Não diria, 'Não faço faroeste'. Depende do que está em jogo. Eu não ligo para o gênero [do projeto], ligo para o personagem e o diretor. Se você tem a habilidade de transcender o estilo, então é isso que você quer fazer. Então não negaria [o papel], não diria 'não, não vou fazer este tipo de filme'", contou o ator para o site "Fandango" em abril.
Enquanto "Joker" está longe de estrear nos cinemas -- previsão é outubro de 2019 --, vale correr para os cinemas e conferir uma prévia de como Joaquin Phoenix incorpora uma mente insana em "Você Nunca Esteve Realmente Aqui".
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