Receita com streaming de música sobe, mas cantores ganham pouco
Ganha-se pouco compondo e muito vendendo música.
Os músicos receberam apenas 12% dos US$ 43 bilhões em receita gerada com seu trabalho nos EUA no ano passado, segundo relatório divulgado na segunda-feira (6) pelo Citigroup. O número inclui receitas com vendas de CDs, streaming sob demanda, anúncios no YouTube, royalties de rádio e ingressos de shows.
O relatório deve alimentar as antigas reclamações de que as gravadoras e as empresas de tecnologia estão ficando ricas à custa do trabalho dos artistas. A remuneração dos artistas estagnou durante quase uma década depois que a música se transferiu para a internet, obrigando os artistas a fazerem mais turnês para aumentar seus rendimentos.
Empresas de tecnologia, emissoras de rádio e gravadoras ficam com a maior fatia das receitas obtidas com a música, segundo o relatório, o que inclui mais de US$ 15 bilhões em receita publicitária. Os gastos dos consumidores com assinaturas, CDs e ingressos de shows geraram mais de US$ 20 bilhões no ano passado. As empresas da indústria musical, incluindo gravadoras e editoras, receberam quase US$ 10 bilhões, enquanto os artistas levaram apenas US$ 5,1 bilhões para casa.
Os artistas ainda "não estão recebendo uma fatia justa das receitas", disse Jason Bazinet, analista do Citigroup e autor do relatório. Ele começou a estudar o assunto para verificar se os artistas de fato ganham tão pouco quanto dizem há anos.
"A resposta é sim", disse ele.
Streaming é opção
O relatório pode ajudar a empurrar os músicos ainda mais para os braços de serviços de streaming, como Apple e Spotify, que podem oferecer a eles uma fatia maior das receitas caso abram mão de contratos com gravadoras. O Spotify tem dado dinheiro a jovens artistas para apoiar o desenvolvimento de suas carreiras na esperança de incentivá-los a lançar músicas de forma direta por meio do serviço.
A separação entre artistas e gravadoras permitiria que os serviços de streaming reduzissem drasticamente os custos. Os serviços pagos de streaming pagam a maior parte das receitas aos detentores dos direitos, um relacionamento que os impede de gerar lucro. O Spotify teve prejuízo de 1,24 bilhão de euros (US$ 1,5 bilhão) em 2017.
A popularidade crescente do streaming pago ampliou as receitas das gravadoras, mas também reduziu a importância delas no processo de distribuição e comercialização da música. O posicionamento de produtos nas lojas da Target já não tem a importância de antes. As gravadoras precisarão se adaptar oferecendo contratos mais favoráveis aos artistas, segundo Vickie Nauman, consultora do setor.
"Como a indústria da música tem muitos intermediários -- e o consumo de música está tão fragmentado entre diferentes plataformas --, o artista recebe uma parcela muito pequena das receitas agregadas", disse Nauman.
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