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"Orange Is the New Black" está mais tensa do que nunca em sua 6ª temporada

Taystee (Danielle Brooks) na nova temporada de "Orange Is The New Black" Imagem: JoJo Whilden/Netflix

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

01/08/2018 12h16

“Orange Is The New Black” colecionou críticas negativas em sua quinta temporada, que estendeu por 13 episódios a rebelião de três dias conduzida pelas detentas de Licthfield – uma revolução bem-vinda no formato da série, mas que por muitas vezes deixou a história confusa. A criadora Jenji Kohan parece ter aprendido a lição, e o sexto ano da série, que estreou na última sexta-feira (27) na Netflix, traz uma trama revigorada e mais relevante do que nunca.

Após a rebelião, as presas foram separadas em vários ônibus, destinados a diferentes prisões espalhadas pelos Estados Unidos. O foco principal da temporada, no entanto, não está longe: a história se desenrola na unidade de segurança máxima de Litchfield, que finalmente toma forma após anos pairando como uma ameaça às detentas. É lá que acompanhamos Piper (Taylor Schilling), Red (Kate Mulgrew), Gloria (Selenis Leyva), Crazy Eyes (Uso Aduba), Tayestee (Danielle Brooks), Daya (Dascha Polanco) e Nicky (Natasha Lyonne), entre outras velhas conhecidas.

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A vida na antiga prisão não era nem de longe fácil, mas a máxima traz suas próprias complicações: duas gangues rivais, lideradas por irmãs que vivem em pé de guerra há mais de trinta anos, comandam a prisão em um sistema linha dura que não é nada acolhedor com as novatas. Para piorar, os novos guardas as retaliam abertamente por conta da rebelião e das mortes de Piscatella e “Trepada”, com agressões rotineiras.

A violência por parte dos oficiais, retratada em cenas incômodas logo nos primeiros episódios da nova temporada, dá o tom do que vem a seguir. “Orange” sempre discutiu questões delicadas ligadas ao sistema prisional americano, mas o 6º ano se aprofunda no cenário ao explorar injustiças sistemáticas, relações de poder entre governo, empresas e mídia, e as tensões raciais que resultaram em movimentos como o Black Lives Matter. A série, inclusive, toma liberdades em sua linha do tempo para falar de imigração, um dos tópicos mais controversos do governo do presidente americano Donald Trump.

A novata Badison (Amanda Fuller) e Piper (Taylor Schilling) Imagem: JoJo Whilden/Netflix

O resultado é uma temporada consistente, tensa e dramática, que parece preparar o terreno para um possível final (“Orange”, vale lembrar, está renovada até sua sétima temporada). Danielle Brooks, mais uma vez, se destaca como Taystee, entregando uma atuação intensa que transita bem entre os altos e baixos da personagem ao longo da temporada. Uma pena que ela, porém, não ganhe o tempo de tela que merecia.

A produção conseguiu enxugar bastante seu elenco com as transferências para outras prisões, mas ainda há muitos personagens, e atingir um equilíbrio entre eles é praticamente impossível. Algumas das detentas pouco têm o que fazer, como Sophia (Laverne Cox) ou Pennsatucky (Taryn Manning), e acabam sacrificadas para dar um espaço -- nem sempre justificado -- a novas personagens, como a vilã Badinson (Amanda Fuller).  Os guardas, em sua maioria, também pouco acrescentam à trama, à exceção da novata Tamika (Susan Heyward), que tem um passado de amizade com uma das presas, e de McCullough (Emily Tarver), que tem de lidar com o estrese pós-traumático após a rebelião. 

Quando realmente se entrega a seus personagens, entretanto, “Orange Is the New Black” mostra que consegue desenvolver a humanidade deles de forma sutil como poucas séries fazem, sem exaltá-los ou demonizá-los. Isso já seria o suficiente para garantir sua próxima temporada, que deve se tornar alvo de muitas especulações após as amargas reviravoltas deixadas no final.

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