Paulinho Moska volta com canção de protesto e ataca o Congresso Nacional
O cantor e compositor Paulinho Moska está de volta e ataca o Congresso Nacional em uma nova amostra do novo disco, o primeiro em oito anos. "Nenhum Direito a Menos" é uma música-manifesto, escrita em parceria com Carlos Rennó.
No vídeo, divulgado com exclusividade pelo UOL, o cantor "empresta" seu rosto para outras faces protestarem contra o país, onde "mulher e pobre, preto e jovem, índio e tal / Onde nem lésbica, nem gay, nem bi, nem trans / São plenamente cidadãos e cidadãs", conforme ele canta na letra.
Segundo ele, a ideia inicial era de que o novo disco tivesse apenas canções de amor. "Mas a evidência cada vez maior dos abusos cometidos pelos 'homens do poder' no Brasil praticamente me forçou a compor uma canção-manifesto a favor da vida", conta Moska. "Embora eu ainda a perceba como uma canção de amor, de amor ao próximo".
A dualidade dos sentimentos é traduzida no nome do disco, "Beleza e Medo", que chega às plataformas digitais em 3 de agosto.
"Nenhum Direito a Menos"
Nesse momento de gritante retrocesso
De um temerário e incompetente mau congresso
Em que poderes ainda mais podres que antes
Põem em liquidação direitos importantes
Eu quero diante desses homens tão obscenos
Poder gritar de coração e peito plenos:
Não quero mais nenhum direito a menos
Nesse país em que se vende por ganância
Direito à vida, à juventude, e à infância
Direito à terra, ao aborto e à floresta
À liberdade, ao protesto, ao que nos resta
Eu grito “fora!” esses homens tão pequenos
De interesses grandes como seus terrenos
Não quero mais nenhum direito a menos
Nessa nação onde se mata e trata mal
Mulher e pobre, preto e jovem, índio e tal
Onde nem lésbica, nem gay, nem bi, nem trans
São plenamente cidadãos e cidadãs
Não quero mais cantar meus versos mais amenos
A menos que antes seus direitos sejam plenos
Não quero mais nenhum direito a menos
Nesse Brasil da injustiça social
E de uma tal desigualdade social
Queria ver os grandes lucros divididos
E os dividendos afinal distribuídos
Os bilionários concordando com tais planos
Se revelando seres realmente humanos
Não quero mais nenhum direito a menos
Nesse momento de tão pouca luz à vista
E tanto ataque ao que é direito e é conquista
Eu canto tanto desistência, o desencanto
Mas canto a luta, a rexistência, tanto quanto
E quanto àqueles que ainda pensam que detém-nos
Eu canto e grito à pulmões e peito plenos:
Não quero mais nenhum direito a menos.
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