Lobão relembra prisão: "Virei mascote do Comando Vermelho"
Lobão falou sobre a carreira e o período em que ficou na cadeia, nos anos 80, no "The Noite" de terça-feira (17). O cantor, que divulga seu novo álbum, "Lobão & os Eremitas da Montanha", recorda como foi ficar atrás das grades.
"Fui preso de 1986 até 1992, em tudo que era lugar do Brasil eu era preso: a gente era parado na estrada, nos aeroportos, porque o juiz falava que eu era considerado um mal social. Eu mandava todo mundo se f***. Eu já tinha uma algema que levava. Como eu era muito doidão, todo mundo tinha que ser revistado no meu show. Surreal", queixa-se.
"Tive que fugir, fui condenado, cumpri três meses e fui morar nos Estados Unidos. Quando voltei, em 1989, continuei sendo preso. Eu ficava com mais 30 pessoas na cela. Na primeira cela tinham três chefes de tráfico. Cheiravam muita cocaína, o lugar era muito quente, ratos, um fedor... Falei: 'chega de cocaína, vamos adotar o Rivotril'. Jogava Rivotril para todo mundo. Fui adotando medidas higiênicas, as pessoas foram ganhando ternura pela minha pessoa", continua.
O roqueiro até se envolveu com facção criminosa. "Virei mascote, involuntariamente, do Comando Vermelho. Quando saí da cadeia os chefes me levaram pro morro. Tive aula de tiro".
Música
Sobre o novo trabalho, que compila alguns sucessos do rock nacional dos anos 80, ele conta que algumas músicas que queria gravar ficaram de fora. "Não sou cantor, sou um compositor e eventualmente canto. Tiveram músicas que eu adoraria cantar e não consegui. Como, por exemplo, o Ritchie. Eu não tinha esse charme. Os Titãs também não consegui colocar nenhuma música".
Lobão falou ainda como o rock nacional era encarado nos anos 80. "O rock tinha um papel muito indefinido. A direita te odiava e a esquerda te achava americanizado".
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