5 coisas que funcionam na nova temporada de "Luke Cage", e 1 que pode melhorar
“Luke Cage” retorna nesta sexta-feira (22) com um feito digno de nota: é a primeira série da parceria entre Marvel e Netflix que voltou (bem) melhorada para sua primeira temporada. Nem todos os problemas foram resolvidos, mas a produção sobre o herói á prova de balas parece finalmente ter encontrado seu caminho depois de uma estreia bagunçada e arrastada.
Entre novos personagens e mudanças na história, listamos o que deu certo no novo ano de “Luke Cage” – e o que a série ainda precisa melhorar.
Deu certo
O vilão
A primeira temporada penou nos episódios em que o principal vilão era Cascavel, o meio irmão de Cage: a história soava forçada e incoerente, tornando difícil a missão de prosseguir até o final. Mas na segunda o herói tem um rival à altura com Bushmaster, alterego de John McIver (Mustafa Shakir): líder de uma gangue de jamaicanos, ele está obstinado a tomar o Harlem para si e a destruir Mariah (Alfre Woodward) por conta de uma antiga rixa familiar. Também equivalente a Luke em termos de força, Bushmaester tem personalidade – e uma história pessoal e motivações que o tornam realmente interessantes.
As atuações
Não que elas fossem ruins na primeira temporada, mas elas chegaram a um novo nível na segunda. Mike Colter, desobrigado de contar uma história de origem, traz mais carisma e profundidade aos altos e baixos de Luke; e, de quebra, encontra uma figura interessante no Bushmaster de Mustafa Shakir, que apesar de brutal também se mostra carismático. Simone Missick está ainda melhor como Misty Knight, que após perder o braço em “Os Defensores” tem que aprender a lidar com sua nova condição enquanto reconhece que seu antigo parceiro, Scarfe, era um policial corrupto. O maior destaque é o falecido Reg E. Cathey, que entrega uma performance comovente como o pai de Luke.
As participações especiais
Depois de “Os Defensores”, já era certo que as participações especiais entre os shows da Marvel na Netflix iriam se tornar mais frequentes – e “Luke Cage” veio mostrar que elas podem funcionar e. Danny Rand (Finn Jones) e Collen Wing (Jessica Henwick) aparecem pouco, mas garantem momentos que são entretenimento puro e devem agradar aos fãs dos quadrinhos.
O humor
Ainda que lide com traumas familiares e violência, o novo ano de “Luke Cage” é bem mais descontraído que seu antecessor. A fama recém-adquirida de Luke é fonte de alguns dos momentos mais divertidos do roteiro, que encontra respiros também nas participações do elenco de “Punho de Ferro”.
A trama sobre família e comunidade
Logo no começo da temporada, parece que a celebridade de Luke irá ditar os rumos da história. Mas o que se vê é uma trama, bem mais interessante, sobre família, legado e comunidade. Esses temas pesam, de diferentes formas sobre os personagens, seja no relacionamento de Luke com seu pai, ou no de Mariah – que tenta deixar a vida de crimes para trás – com a filha Tilda (Gabrielle Dennis), uma das novas personagens da série. São, eles, também, que estão por trás da investida de Bushmaster sobre o Harlem, e fazem com que o espectador, às vezes, consiga até simpatizar com o vilão. A noção de comunidade se estende inclusive para uma discussão sobre imigração, tema que se tornou constante nos noticiários internacionais.
O que precisa melhorar: o ritmo
A necessidade de fazer 13 episódios é uma praga que afeta todas as séries da Marvel na Netflix, fazendo as histórias se estenderem muito além do necessário. A segunda temporada de “Luke Cage” não é exceção, e traz muitos momentos que poderiam ser condensados ou descartados de uma vez. É importante reconhecer que houve grande melhora nesse quesito em relação ao primeiro ano da série – mas isso não significa que não haja (muito) espaço para melhoria.
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