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"Sexo depois dos sessenta anos é muito melhor", diz Nadja Winits

Nadja Winits exibe o corpão ao postar uma foto de biquíni no Instagram - Reprodução/Instagram/nadjawinits
Nadja Winits exibe o corpão ao postar uma foto de biquíni no Instagram Imagem: Reprodução/Instagram/nadjawinits

Lais Gomes

Colaboração para o UOL, no Rio

20/06/2018 04h00

Parece clichê, mas a frase “Tem mente e corpo de uma menina de 20 anos” se aplica bem a Nadja Winits, de 65 anos. Também, pudera! A mãe da atriz Daniele Winits é uma máquina de produzir endorfina, serotonina e todos os hormônios que fazem uma pessoa rejuvenescer. Modelo, life coach, mestre de Ioga, amante de academia e dona de uma alimentação saudável, Nadja carrega da terceira idade apenas a idade no RG.

O segredo para tanta jovialidade, ela mesmo conta. “Descobri cedo que tínhamos que exercitar a mente pra desenvolver a maturidade. Casei com 19 anos, tive minha primeira filha aos 21 e fiquei viúva aos 27. Tive que amadurecer a tapa. Sempre fui mais pra frente quando o assunto era buscar ser feliz. Desde cedo persegui um estilo de vida saudável e não foi pela aparência. Isso foi consequência da busca pelo bem estar”.

Na última segunda-feira, a convite do UOL, Nadja assistiu ao filme “Do Jeito Que Elas Querem”, que conta a história de quatro amigas que redescobrem o prazer do sexo após sessenta depois de lerem e discutirem o romance “50 Tons de Cinza” em um clube do livro. Depois de quase duas horas de filme, ela saiu da sala de cinema encantada com a narrativa sobre a vida sexual da terceira idade mostrada no cinema.

“Lembrei de histórias minhas e de amigas minhas. Esse filme ajuda mais que os "50 Tons de Cinza" no sentido de libertar pessoas que têm crenças e preconceitos. Tenho amigas casadas há muitos anos que perderam a libido, que só sabem se preocupar com os outros. Dou dicas pra colocarem uma roupa sexy, irem para o jogo. Às vezes os desejos sexuais estão adormecidos e anestesiado pelas crenças que nos são impostas. Tem que se libertar sem culpa”.

Nadja conta ainda que muitas pessoas acham que não podem mais ter uma vida sexual após as chamadas menopausa e andropausa. O que ela discorda totalmente. “Acho que hoje em dia há muitos recursos. A mulher perde, sim, muito hormônio ao longo da vida. Mas, se ela tem um parceiro que a estimule, é possível. Sexo é vida, não tem idade. É você se atrair, fazer com amor ou até mesmo pela diversão, apesar de não achar ser o ideal porque sem intenção o sexo fica vazio. Tem que ir atrás da essência que é o amor. Sexo com amor é muito melhor”, ri.

Cantadas de homens mais novos e namoro preservado

Nadja recebe muitas cantadas de homens mais novos. Ela conta que estranhou quando percebeu o interesse de caras com 40, 30 e até 20 anos nela. “O pai da Winits era 15 anos mais velho que eu. Depois dos 40, percebi que os mais jovens me olhavam mais pra mim que os mais velhos e que isso era comum. Perguntei pra algumas pessoas e descobri que alguns homens têm atração por mulheres mais experientes e não tem paciência com as complexidades das mulheres mais novas. Ainda existe preconceito quanto a essa coisa de idade, mas não devia. As pessoas têm que ser felizes. As mulheres, principalmente, estão conquistando muitas coisas. Não sei onde vamos chegar mas estamos caminhando. Os sites de relacionamento, por exemplo, ainda são tabus. Nunca usei porque nunca precisei, mas recorreria, com cautela, claro. Você pode correr riscos tanto no mundo virtual como no real. É a vida”.

Sem papas na língua, Nadja fala sobre tudo, a não ser quando o assunto é seu namoro de oito anos, mantido a sete chaves. “Não escondo, mas respeito ele. É tudo muito harmônico com meus filhos. Somos namorados, não estamos casados. Casei comigo mesma. Coloquei uma aliança no meu dedo e estou muito bem. Lembrei de ser mulher sem deixar de ser mãe. E isso foi muito importante pra mim”.

Ao ser questionada sobre os prazeres e desprazeres do sexo após o sessenta, ela dispara: “Não vejo nada pior no sexo depois dos 60, só vejo melhora. Com a maturidade você já sabe se agradar e agradar o outro, e não precisa aplicar o que funciona de acordo com o que lê ou que vê. As mulheres da minha geração têm preconceito com elas próprias, elas precisam se conhecer. Se tocar por exemplo era um tabu que hoje em dia tá melhorando. Assim como ir a sex shop. É um preconceito. Depois que a idade avança a libido pode diminuir não só porque os hormônios acabam, mas porque a mente acha isso. O sexo está na mente. Nunca passou pela minha cabeça que o sexo iria acabar na minha vida. Tive parceiros da mesma idade, mais novos, mais velhos. Nunca acreditei nessa coisa de idade. Me sinto melhor agora que aos vinte com toda certeza. Sexo é vida”, finaliza.