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O que já sabemos de "Boss le Champ", álbum póstumo do baixista Champignon

Claudia Bossle Campos e o baixista Champignon - Reprodução
Claudia Bossle Campos e o baixista Champignon Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

14/06/2018 04h00

Os fãs de Champignon (1978-2013), baixista do Charlie Brown Jr, ganharão de presente no fim deste ano um álbum póstumo do músico, “Boss le Champ”. Composto, produzido e parcialmente executado por ele e a ex-mulher, a cantora Claudia Bossle, o EP terá seis faixas em inglês e português, com produção de Pedro Dash, parceiro de Anitta, Projota, Naldo e MC Guimê.

Voltado à música pop e repleto de misturas, o trabalho trará faixas intimistas como “Bright Light”, divulgada ainda em 2015, e “84 Horas”, cantada em abril por Claudia no programa “Conversa com Bial”. O single e o videoclipe serão lançados entre junho e agosto. Músicas como “Sereia”, “Dubai”, “Price of Love”, “Begging to Love You” também estão no projeto.

Segundo Claudia, que assina todas as faixas com Champignon, o álbum é resultado do desejo do baixista de se enveredar em outras searas musicais. Ela conta que ele fez todo escopo do EP, incluindo o título e a ordem das faixas, esquematizado em trocas de e-mails. Parte do material foi trabalhado pelo casal a distância, entre idas e vindas do relacionamento.

“Tudo começou em 2009. E todas as seis músicas que escolhemos têm coisas minhas e dele, seja com ele tocando baixo, fazendo harmonia, criando melodia ou escrevendo a letra. Muitas coisas ficaram gravadas cruas em um computador. Estamos fazendo um trabalho minucioso e de muita garimpagem. É uma forma de manter a nossa memória”, diz Claudia ao UOL.

Produção

Segundo o produtor Pedro Dash, a ideia do EP, que terá participação de músicos contratados, é preservar a memória de Champignon e o clima de intimidade do casal. Não por acaso, a maioria das faixas foi composta à voz e violão. As mensagens são positivas, com sonoridade não muito roqueira, em sintonia com o estilo pop de Claudia, cantora revelada em 2010 no programa do apresentador Raul Gil. "Nós queríamos gravar uma coisa que nós dois gostássemos, não necessariamente voltada para o mercado brasileiro", afirma ela.

Estilo

“Boss le Champ” terá sonoridade diferente da que fãs do Charlie Brown e de outros projetos de Champignon estão acostumados. “Muita gente não sabe, mas ele amava bossa nova, e a gente ouvia muito lounge e world music em casa, muito Sade. Por causa disso, o EP terá uma grande mistura de hip hop, reggae, jazz e outras coisas além do rock. Ele também terá um deep house, de quando ele estava pensando em fazer um trabalho voltado para pista de dança.”

Letras

As músicas abordam relacionamento, sonhos, espiritualidade e, principalmente, o amor do casal. Os carros-chefes são as faixas “Bright Light”, composta logo após se conhecerem, e “84 horas”, que marcou a retomada do relacionamento. “’84 Horas’ tem uma força muito grande. Trabalhamos nela durante a fase que nos separamos, quando fui morar fora do país. A gente ficava compondo e pensando um no outro, até o momento em que reatamos e eu cantei a música para ele por Skype. Ele amou e gravou o baixo. Essa música tem um baixo maravilhoso. Letra e harmonia são minhas, mas a produção é dele.”

Desdobramento

“Boss le Champ” é apenas o primeiro passo de um projeto maior em homenagem a Champignon. Um filme contando sua história de amizade com o vocalista Chorão também está previsto. Após lançar o EP, Claudia Bossle planeja ainda um álbum completo "de 13 a 15 músicas", ainda sem previsão. O baixista deixou 16 faixas e/ou ideias para serem trabalhadas com a ex-mulher. Participações especiais estão nos planos. “Ele adorava o Seu Jorge, por exemplo. Temos a ideia de pessoas como ele. Champignon já compunha as músicas pensando na voz da pessoa. Vamos fazer isso aos poucos. Não tenho prazo. Tenho uma filha de quatro anos para cuidar sozinha e canto na noite. As coisas vão sair aos poucos.”