Bill Cosby pede para que acusação de difamação seja reavaliada na justiça
Do UOL, em São Paulo
04/06/2018 18h00
Bill Cosby, por meio de seus advogados, pediu para que a ação aberta por Janice Dickinson seja reavaliada. A modelo, que alega ter sido estuprada pelo comediante nos anos 80, está processando Cosby por conta de declaração pública feita pelo ex-advogado do réu, Marty Singer, que analisou o caso dela em 2014 como "fabricado e uma gigantesca mentira difamatória".
Em novembro de 2017, um tribunal de apelação na Califórnia permitiu que a modelo de 63 anos pudesse dar continuidade com a acusação. Na época, as afirmações de Crosby de que seu antigo advogado divulgou apenas opiniões pessoais em vez de fatos comprovados não foi aceita pelas autoridades.
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O curioso é que outros casos semelhantes, em que foi analisado se negar a acusação de estupro e ter a ajuda de um advogado pode resultar em uma declaração acionável judicialmente, teve conclusões diferentes.
Entenda o caso
Bill Cosby, 80, foi acusado de abusos sexuais por mais de 60 mulheres. Algumas das mulheres que acusam o ator acompanharam o julgamento e gritaram e choraram ao ouvirem o veredicto.
A Justiça dos Estados Unidos considerou em abril de 2018 que o ator e comediante foi culpado em um caso de abuso sexual ocorrido em 2004. O juiz Steven O'Neill tem até 100 dias para anunciar a pena, que pode chegar até a 30 anos de prisão.
O juiz O'Neill permitiu que Cosby ficasse em liberdade até o anúncio da sentença. O procurador Kevin Steele protestou, alegando risco de fuga já que o ator possui um jatinho. Cosby, que até então permanecia calado, retrucou. "Ele não tem um avião, seu babaca. Ele não tem", falou o ator, referindo a si mesmo em terceira pessoa.
O ator ganhou a alcunha de "papai da América" pelo seu papel de doutor Cliff na famosa série "The Cosby Show", um programa da década de 1980 que mostrava a vida de uma família negra de classe média e que rompia com os estereótipos com os quais os afro-americanos eram retratados até então na televisão.
Cosby já havia enfrentado um julgamento no ano passado, mas o júri não chegou a um veredicto sobre as acusações. Neste novo julgamento, os jurados (sete homens e cinco mulheres) consideraram o ator culpado.