Amante de Santoro em "Westworld" manda recado sobre Marielle e foge de tecnologia
Ela já protagonizou um filme ganhador do Oscar e participou de uma das séries mais queridas de todos os tempos, mas só agora com "Westworld" e, mais recentemente, "Han Solo: Uma História Star Wars" é que a atriz inglesa Thandie Newton está sendo reconhecida.
Newton faz em "Westworld" a robô Maeve, uma excêntrica cafetina de bordel parte de um parque temático que imita um faroeste, onde os ricos vão de férias para satisfazer seus desejos. Ela vive uma história de amor com o robô Hector, interpretado por Rodrigo Santoro. Os dois têm cenas quentes na TV e acabaram ficando amigos na vida real.
“Passamos tanto tempo juntos por causa das gravações. Ele é um anjo, tão adorável, gentil, forte e presente. É uma combinação fantástica”, disse. “Sua bebê Nina é linda e sua mulher é tão cool, uma pessoa que quero muito ser amiga”, disse a atriz.
Newton contou que mandou um e-mail a Santoro quando ficou sabendo do assassinato da vereadora Marielle Franco, há dois meses. “Foi realmente um choque para todas as ativistas do mundo e eu me incluo”, disse. “Desejei muito amor e força ao Rodrigo porque seu país é sua alma.”
A atuação em "Westworld" resultou numa indicação ao Globo de Ouro no ano passado. E a atriz foi convidada a participar de uma grande franquia no cinema: ela é a contrabandista Val em "Han Solo: Uma História Star Wars". Apesar da participação no longa ser curta, ela participou de uma das cenas mais tensas do filme, durante um arriscado assalto a trem nas montanhas nevadas de Iridium, no planeta Vandor.
Para conseguir as imagens impactantes, o elenco foi filmar em locações de verdade, nos picos gelados de Dolomites, na Itália. “Tivemos que pegar um helicóptero para chegar ao lugar porque era impossível ir por terra”, disse a atriz ao UOL, durante o lançamento do filme em Los Angeles no começo do mês. “Parecia um acampamento ‘Star Wars’. Senti um privilégio muito grande.”
Newton contou que costumava assistir aos filmes “Star Wars” quando criança. “Sempre achei Han Solo responsável pelas cenas mais divertidas”, comentou a atriz.
Ela teve sua coleção de bonequinhos negros da franquia fotografados para estampar seu vestido de gala no festival de Cannes. Sua personagem Val faz parte de uma gangue de rebeldes liderados por Beckett (Woody Harrelson), uma espécie de mentor para o jovem Solo. “Adorei a vibração de contracultura anarquista do grupo, aquele sentimento de não pertencer à sociedade.”
Tecnologia e ativismo
Apesar de viver um robô na TV e uma gângster espacial no cinema, isto não garante que ela seja entusiasta de novas tecnologias. “Certamente me frustram. Sinto que me desconecta de ter encontros e experiências reais, de estar presente”, disse a atriz.
“Também não gosto da maneira como vendem estes aparelhos sem nos contar o custo real de tantas vidas no mundo por causa dos minerais usados”, continuou Newton, que trabalha como ativista em várias frentes. “É algo que pesa em mim todos os dias. Passei tempo com pessoas que foram diretamente afetadas pela mineração ilegal na República Democrática do Congo.”
Newton chegou a criticar o movimento feminista Time’s Up, organizado após os casos de assédio em Hollywood, por não tê-la incluído. Anos antes do escândalo Harvey Weinstein, Newton falava publicamente de quando havia sido sexualmente abusada por um diretor. Ela acredita que, por não ser famosa o suficiente na época, ninguém deu bola para sua história.
Apesar das críticas, ela acredita que Hollywood está de fato mudando. “Mas não podemos ficar complacentes porque isto é um problema a longo prazo. Não é apenas colocar alguns homens na cadeia. Precisamos educar nossas filhas e filhos”, disse Newton, que participa do movimento V-Day, que combate violência contra mulher, desde 1998. Hoje com 45 anos, Newton começou a carreira em Hollywood com uma ponta em "Entrevista com Vampiro". Em 2003 ela teve o seu primeiro papel de destaque, como Makembe Likasu, a esposa do médico John Carter em "Plantão Médico". No ano seguinte fez parte do grande elenco de "Crash: No Limite", que surpreendeu ao ganhar o Oscar de melhor filme.
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