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Kendrick Lamar interrompe show após fã subir ao palco e cantar termo racista

Ao lado de dançarinos vestidos de soldados, Kendrick Lamar faz apresentação potente no Grammy 2018 - Matt Sayles/Invision/AP
Ao lado de dançarinos vestidos de soldados, Kendrick Lamar faz apresentação potente no Grammy 2018 Imagem: Matt Sayles/Invision/AP

Do UOL, em São Paulo

21/05/2018 17h44

Em show realizado no último domingo (20), Kendrick Lamar interrompeu a apresentação após uma fã convidada a subir ao palco cantar três vezes o termo racista "nigger" (em tradução livre, algo como "criolo").

Segundo o "TMZ", Delany implorou para que o rapper a chamasse para cantar a música "M.A.A.D City." e garantiu que sabia a letra completa.

Após falar o termo pejorativo por três vezes, conforme a composição da faixa, Kendrick interrompeu o show, e foi surpreendido pela garota. "O que foi? Eu não sou descolada o suficiente para você?". O rapper respondeu. "Temos que mudar a regra por aqui. Você tem que pular uma única palavra".

Delany pediu desculpas e foi vaiada pelo público. Ela continuou no palco, mas logo teve a participação interrompida novamente.

Nas redes sociais, as pessoas se dividiram quanto ao vídeo que viralizou. Algumas concordaram com o rapper, enquanto outras defenderam a garota, apontando que ela apenas seguiu a letra da música.

"Como é errado dizer isso que está na música? Ela está apenas cantando como faria o artista. Se eles não querem que pessoas brancas digam, não coloque em uma música", comentou uma mulher no Twitter. "Tudo depende do contexto".

Uma usuária rebateu. "A palavra 'nigger' era a última que os negros ouviam antes de serem mortos. Nós pegamos essa palavra e a fizemos positiva. Então, se você não for negro não use! É simples".

A palavra em questão é considerada pejorativa desde o século 18, e era comumente usada para se referir a escravos que iam para os Estados Unidos. Mesmo assim, inúmeros cartazes, propagandas e revistas dos séculos 19 e 20 ainda estampavam o termo racista, além de autores consagrados como Joseph Conrad e Mark Twain  também usá-lo em seus livros.

Em 2007, a câmera municipal de Nova York baniu simbolicamente o termo, entretanto ainda não há pena para quem o fala.