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"Westworld" apresenta novo parque em episódio brutal

Hector (Rodrigo Santoro) no Shogun World de "Westworld" - Divulgação
Hector (Rodrigo Santoro) no Shogun World de "Westworld"
Imagem: Divulgação

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

20/05/2018 22h58

ATENÇÃO: O texto abaixo contém spoilers do quinto episódio da segunda temporada de "Westworld". Não leia se não quiser saber o que acontece.

“Westworld” marcou a metade de sua segunda temporada, neste domingo (20),  com um dos momentos mais esperados pelo público: a introdução do Shogun World, parque que recria o Japão feudal e havia sido apenas insinuado ao fim da primeira temporada.

Pouco a HBO havia divulgado sobre o novo parque, já que “Westworld” até agora só vem perdendo para “Game of Thrones” no que se refere ao zelo pelos segredos de suas tramas. Tudo o que o espectador sabia era que o Shogun World era mais brutal – e a emissora definitivamente não decepcionou nesse quesito. Mas o episódio eletrizante vai além e entrega, também, um cenário que traz possibilidades interessantíssimas para a série (inclusive para as questões existenciais que são parte importante dela).

O parque é o novo destino de Maeve (Thandie Newton), Hector (Rodrigo Santoro) e Lee Sizemore (Simon Quarterman). Logo fica claro o porquê de ele ser considerado um passo a mais para quem achava Westworld muito “café com leite”: lá, não é tão óbvio assim que os andróides são programados para não machucar os humanos. E ainda que a série não economize na violência, as cenas do Shogun World são mais explícitas e sanguinolentas do que as demais.

Uma vez em território desconhecido, o caminho de Maeve e companhia se cruza com o de Akane (Rinko Kikuchi). E há uma semelhança desconcertante entre as duas trupes. Akane é uma gueixa e lidera uma casa da mesma forma que Maeve comandava o bordel no outro parque. Ela é ajudada por uma dupla que tem traços muito parecidos com os de Hector e Armistice (Ingrid Bolsø Berdal), que inclusive promovem um assalto aos exatos moldes do visto na primeira temporada. Lee explica a “coincidência”: "Tente criar 300 narrativas em uma semana".

Akane (Rinko Kikuchi) é uma das anfitriãs do Shogun World - Divulgação - Divulgação
Akane (Rinko Kikuchi) é uma das anfitriãs do Shogun World
Imagem: Divulgação

Pode parecer só um alívio cômico, mas Isso abre (mais) um leque de perguntas para a série: o que acontece se outras narrativas iguais, de parques distintos, se cruzarem, além do estranhamento e do aumento de agressividade apontados por Lee? E até que ponto, afinal, os anfitriões conseguem se libertar das personalidades criadas e desenvolver uma consciência própria?

Não é dessa vez, porém, que essas questões serão respondidas. Logo fica bem claro que algo está errado também com as narrativas do Shogun World, e um grande conflito se estabelece quando um xogum decide que quer comprar uma das protegidas de Akane, Sakura (Kiki Sukezane). A gueixa, agindo fora do roteiro, mata o emissário do militar e provoca sua ira.  A garota acaba sequestrada em uma invasão ninja, e Maeve parte com Lee e a nova colega para resgatá-la.

(Tudo em japonês, claro, já que, conforme explica Lee, todos os anfitriões têm a habilidade de compreender e falar diversas línguas). 

No caminho, um mau sinal: guardas do parque foram mortos pelos anfitriões e amarrados em árvores, com gaiolas sobre suas cabeças. Uma vez no acampamento do general, Maeve e Lee percebem que o problema não é que ele se rebelou, como os anfitriões de Westworld -- ele está quebrado, como indica o vazamento do fluido cortical. 

Akane consegue um trato, pelo qual dançará com Sakura, e o xogum a deixará ir. Ele, porém, não honra o combinado, e mata a garota no início da dança. Em uma sequência belíssima, Akane se apresenta antes de finalmente cravar uma faca no olho do general, matando-o. Quando ela e Maeve estão prestes a ter as cabeças cortadas, entretanto, a antiga cafetina consegue usar uma nova habilidade: a de controlar as ações dos demais anfitriões apenas com o pensamento. Os guardas, então, começam a lutar entre si, deixando-as livres. 

Mais soldados aparecem vindo, mas Maeve não se abala. "Falei que tinha encontrando uma nova voz. Vamos usá-la", diz ela. 

A esse ponto, o destino de Hector e Armistice é desconhecido: eles ficaram para trás para distrair combatentes e permitir que Maeve, Lee e Akane pudessem escapar.

Em Westworld...

Pouca ação acontece propriamente no parque que dá nome à série, mas é o suficiente para apontar uma mudança radical de rumos a partir do próximo episódio.

Dolores (Evan Rachel Wood) e seu exército retornam a Sweetwater, a cidade que é o ponto de partida dos visitantes que chegam ao parque. Lá, ela ordena que preparem o trem para que eles possam deixar Westworld para trás de vez – e tentar chegar ao mundo que há do lado de fora e resgatar o pai dela, Abernathy.

Mas essa ação, apesar de importante, não é a mais decisiva do episódio. Após ter um momento doce com Teddy (James Marsden), e fazer amor com ele, a líder da rebelião demonstra ter outros planos para o seu amado: transformá-lo em alguém tão implacável quanto ela. Dizendo que ele não conseguirá sobreviver lá fora sendo como ele é, Dolores ordena que Teddy tenha sua personalidade transformada.

Os efeitos só serão conhecidos a partir da semana que vem, mas não seria exagero dizer que eles têm muito potencial para o desastre. Pobre Teddy...