Cannes aplaude "Han Solo", mas sem entusiasmo
Foi com palmas pouco efusivas (para não dizer frias) que "Han Solo: uma História Star Wars" foi recebido em sua première para a imprensa na noite desta terça, no Festival de Cannes. Muito aguardado pelos jornalistas, apesar de exibido fora de competição no balneário francês, o filme narra a história de Han Solo, que no longa que originou a série, em 1977, foi interpretado por Harrison Ford.
O intérprete que protagoniza o novo spin off da franquia criada por George Lucas, Alden Ehrenreich, esteve no tapete vermelho na tarde de terça, acompanhado do diretor do longa, Ron Howard (de "Uma Mente Brilhante"). O carismático Chewbacca, é claro, também apareceu na Croisette para dar uma forcinha no lançamento da aventura espacial.
Mas nem toda a simpatia da criatura peluda surtiu muito efeito: a imprensa não demonstrou grande entusiasmo ao longo da sessão. Logo no começo, quando a já clássica frase anunciando que "Há muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante", os jornalistas de fato demonstraram algum frisson e aplaudiram com mais calor. Mas ao longo da sessão, apesar de algumas risadas, só voltaram a demonstrar alguma animação com o que viram quando o longa chegou ao final. E na saída da sala, poucos comentavam o que tinham acabado de assistir; ficou a impressão de que o "Han Solo" cumpre com a expectativa, sem nunca ficar aquém, mas, principalmente, nunca ir além dela.
A trama começa com o jovem Han e sua companheira Qi'ra (Emilia Clarke) tentando escapar do planeta Corellia. Entregue a um estado de violência extrema e a péssimas condições de vida, o local é um estímulo constante para o casal tentar fugir e iniciar uma nova vida em outro local.
Mas pouco antes de fugirem, um imprevisto impede que Qi'ra embarque, e Han parte sozinho. Em outro planeta, o rapaz precisa atuar como mercenário para juntar dinheiro e retornar a Corellia e buscar a amada. Um de seus trabalhos como freelancer é auxiliando o mercenário Tobias Beckett (Woody Harrelson) e sua parceira, a destemida Val (Thandie Newton), em uma missão a serviço do ambicioso (e bizarro) Dryden Vos (Paul Bettany). Mas logo Solo perceberá que não precisará voltar tão cedo a seu planeta, quando encontra uma surpresa em uma festa... A partir daí, muita ação, efeitos de ponta e uma galeria de criaturas esquisitas fazem a alegria dos fãs da mais bem-sucedida saga interplanetária do cinema.
O filme revela detalhes da juventude de Solo, mas não se preocupa tanto com isso; parece mais interessado em mostrar ação do início ao fim, inserindo diversos novos personagens. Se a origem do sobrenome do protagonista não é lá tão inventiva, mais divertida é a cena que mostra seu encontro com uma figura enorme, estranha e peluda em uma cela. O espectador logo percebe de quem se trata, e mesmo que, em um primeiro momento, haja uma certa hostilidade entre os dois, Chewbacca e Han Solo logo se tornam grandes amigos.
"Han Solo: uma História Star Wars", embora anteceda na ordem da saga o filme de 1977, tem um pé bem demarcado no mundo de 2018. Várias mulheres e personagens negros possuem destaque na trama. O Han Solo de Ehrenreich é convincente, embora o ator tenha uma jovialidade que o faz, muitas vezes, se parecer bem mais com o impetuoso Luke Skywalker de Mark Hamill do que propriamente com o autoconfiante Han Solo de Harrison Ford. Mas isso também mostra que os roteiristas estavam mesmo antenados: é provável que as plateias modernas não aceitassem com tanta simpatia o estilo algo cínico e meio machão do Solo de Ford, que, no mundo de 1977, foi recebido bastante positivamente. O novo filme estreia no Brasil no dia 24 de maio.
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