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Maria Rita fala da morte de Elis Regina: "Na minha cabeça, a culpa era minha"

Maria Rita encerra temporada do "Vai, Fernandinha" - Edu Viana/Divulgação
Maria Rita encerra temporada do "Vai, Fernandinha" Imagem: Edu Viana/Divulgação

Colaboração para o UOL

04/05/2018 06h59

Maria Rita conta como encarou a morte da mãe, Elis Regina, no último episódio da terceira temporada de "Vai Fernandinha", que vai ao ar às 22h30 de sexta-feira (4) no Multishow. A cantora afirma que não foi fácil lidar com a perda ainda criança.

"A cabeça louca da criança que perde a mãe aos 4 anos não fica bem, fica zoada. Na minha cabeça, a culpa era minha. Com essa idade, não tinha maturidade para entender o que acontecia em volta.  Eu digeri estranho, transformei mais estranho ainda e virei obcecada por estudos. Eu ia bem na escola para sumir, não queria dar trabalho.  Sempre fui nerdzinha, meu pai me dava bronca, dizia: 'vai brincar lá fora'", recorda.

Ela reconhece que demorou a seguir a carreira da mãe. "Não queria colocar a cara porque tinha um pouco de consciência de que seria muito fácil por meus pais serem quem eram. Eu tinha 19 anos, não tinha ido ainda para a faculdade, tinha tempo para matar. Meu pai [César Camargo Mariano] pegou o violão e disse que eu cantava no mesmo tom da minha mãe. Fechei o olho e cantei. Chitão[zinho, da dupla com Xororó] chorava copiosamente. Fiquei rebelde, falei: 'ela morreu, não volta mais'. Senti como se estivessem emocionados com ela através de mim." 

A cantora admite que a comparação com a mãe foi dura no início. "Quero que se emocionem comigo, não porque fiz algo parecido com outra. Sofri a pancadaria logo que comecei a cantar, de imitar a mãe. Isso foi muito cruel", desabafa Maria Rita.