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"Gravadoras preferem gente com talento, mas acéfala", dispara Zizi Possi

Manuela Scarpa/Photo Rio News
Imagem: Manuela Scarpa/Photo Rio News

Do UOL, em São Paulo

03/05/2018 07h15

Zizi Possi disse o que pensa sobre o momento musical brasileiro atualmente no "Programa do Porchat" de quarta-feira (2) . A cantora não mediu palavras ao opinar sobre o mercado hoje.

"As gravadoras preferiram tratar com gente menos complicada, que tem talento, mas é acéfala. Tenho até inveja, é muito mais fácil viver dessa maneira. Ter opinião, pensar, sentir, dá trabalho", alfineta, afirmando não se arrepender de ter feito o que queria na carreira.

"Eu me sinto uma pessoa vitoriosa. Estudei música durante muito tempo da minha vida, minha formação é acadêmica. Eu não podia mais ficar repetindo padrões de sucesso. O que queria fazer não era o que queriam que eu fizesse. Resolvi sair e procurar minha turma. Comecei a fazer o que meu coração mandava, e era o oposto do que estava rolando, com piano, violoncelo e percussão".

Zizi acredita que a Música Popular Brasileira perdeu espaço. "A MPB está em standby, não tem público hoje. Existe público sim, mas é mais difícil chegar, os espaços de rádio não tem MPB. A gente está vivendo o momento funk, onde tem agressões, ritmo, coisa gostosa, perigo, tudo. Todos esses comportamentos sociais ditam o que vai ser tocado".

A cantora analisa esse movimento. "Eu não desqualifico o mundo por estar diferente do que eu vivi. Vocês estão vivendo agora, para vocês isso é o bacana. Só fico rezando para que vocês encontrem sentido. Tudo que é vendido para essa geração tem forma, mas não tem conteúdo, não tem essa coisa de parar e prestar atenção em uma coisa. Parece jornal de televisão, que bate e vai, não se aprofunda em nada. Isso é uma grande perda", lamenta.