Músicos reclamam de cachês atrasados de Latino e dívidas de até R$ 10 mil
O cantor Latino teria contraído uma série de dívidas com músicos que o acompanharam ao longo dos últimos meses. O UOL conversou com quatro instrumentistas profissionais que relataram valores de cachês atrasados e descaso por parte do artista e da produtora Sunshine. Os entrevistados preferiram não serem identificados na matéria temendo represálias.
As dívidas relatadas pelos músicos entrevistados variam entre R$ 2 mil e R$ 10 mil. Os cachês prometidos a eles eram de R$ 750 e R$ 1500 por apresentação.
Os relatos dos instrumentistas sobre os atrasos são parecidos. Os cachês são combinados a cada contratação e acabam se acumulando pelos meses seguintes e após novos compromissos profissionais. Alguns alegam que conseguiram negociar com a produtora os valores devidos dispostos a receber até menos de 50% do valor total. Mesmo assim, receberam apenas algumas parcelas.
"Eles já me enrolaram muito. Pagaram uma parcela. Só metade do quanto propuseram me pagar. Eles não estão pagando o quanto me devem, estão pagando quanto eles querem", disse um dos músicos, que afirma que deveria receber cerca de R$ 10 mil do artista.
"É sempre assim. Prometem um valor, aí depositam R$ 750, depois no outro dia mais R$ 1250 e o restante só no mês que vem. E eu vou vivendo dessas migalhas", contou um ex-integrante da banda.
A maior parte das reclamações se dá por cachês não pagos em shows durante o Carnaval, na gravação de um DVD no ano passado, aparições na TV e outras datas esporádicas. Segundo os relatos, alguns músicos teriam recebido os valores combinados do Carnaval 2017 poucas semanas antes do mesmo evento em 2018.
Muitos profissionais teriam deixado a banda em função destas dívidas. Um deles explicou que entrou no grupo já para substituir um colega que estava sem receber há algum tempo e acabou sendo dispensado. "É assim: reclamou que não recebeu e é mandado embora".
"Assim que entrei já fizemos um show e fiquei quatro meses sem receber. Aí depois foram acumulando outras apresentações e mais outras. Quando chegou no fim do ano, pressionamos antes da véspera do show de Ano Novo. Aí ele acertou algumas datas, mas nada do Carnaval e do DVD", disse um dos instrumentistas.
Empurra-empurra
De acordo com os entrevistados, a prática é recorrente. Alguns relataram que produtora e escritório pararam de atender ligações ou visualizavam mensagens e não respondiam. As negociações só foram retomadas quando envolviam ameaças de processo e exposição do caso na mídia.
"Comigo a dívida gira em torno de R$ 3 mil. A equipe dele é muito grande e todo mundo está sem receber, todo mundo reclamando e brigando no meio desse jogo de empurra", disse um músico.
Produtora diz que não há débitos
Ao UOL, Latino disse que seu escritório que controla a parte financeira dos músicos. "Os meus estão todos em dia", disse o cantor. A reportagem entrou em contato com o agente do artista, que afirmou que a produtora não tem dívidas em aberto e nem está negociando nenhum valor com músicos ou ex-músicos da banda. "O que pode ter acontecido é de ser algo fechado em shows quando o Latino não estava conosco. Ele voltou para a Sunshine em julho do ano passado", disse Francimar Vaz, representante da Sunshine.
De acordo com o empresário, Latino foi artista da Sunshine entre fevereiro de 2010 e fevereiro de 2015, e depois retornou em julho do ano passado até o momento presente.
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