Bill Cosby é considerado culpado de abuso sexual nos Estados Unidos
A Justiça dos Estados Unidos considerou nesta quinta-feira que o ator e comediante Bill Cosby é culpado em um caso de abuso sexual ocorrido em 2004. O juiz Steven O'Neill tem até 100 dias para anunciar a pena, que pode chegar até a 30 anos de prisão.
O ator foi acusado de abusos sexuais por mais de 60 mulheres, embora esteja sendo julgado apenas pelo caso da canadense Andrea Constand. Algumas das mulheres que acusam o ator acompanharam o julgamento e gritaram e choraram ao ouvirem o veredicto.
O juiz O'Neill permitiu que Cosby ficasse em liberdade até o anúncio da sentença. O procurador Kevin Steele protestou, alegando risco de fuga já que o ator possui um jatinho. Cosby, que até então permanecia calado, retrucou. "Ele não tem um avião, seu babaca. Ele não tem", falou o ator, referindo a si mesmo em terceira pessoa.
Cosby e Constand se conheceram em 2001 enquanto ela treinava a equipe de basquete da Universidade de Temple e ator fazia parte do patronato do centro educativo. Ela afirma que, em uma noite no início de 2004, Cosby, que agora tem 80 anos, convidou-a para sua mansão de Cheltenham (Pensilvânia) e lhe deu pastilhas que a deixaram semiconsciente e sem possibilidade de lutar contra os abusos. Cobsy alega que a relação com Constand foi consentida e que usava drogas como chamariz para atrair as mulheres, mas nunca como ferramenta para incapacitá-las.
Por esses fatos, Constand denunciou Cosby em 2005, mas o ator alcançou um acordo com a promotoria da Pensilvânia para indenizar a mulher pela via civil e evitar um processo criminal. Durante o julgamento, foi revelado que Cosby pagou US$ 3,38 milhões a Constand como parte desse acordo civil.
O ator ganhou a alcunha de "papai da América" pelo seu papel de doutor Cliff na famosa série "The Cosby Show", um programa da década de 1980 que mostrava a vida de uma família negra de classe média e que rompia com os estereótipos com os quais os afro-americanos eram retratados até então na televisão.
Cosby já havia enfrentado um julgamento no ano passado, mas o júri não chegou a um veredicto sobre as acusações. Neste novo julgamento, os jurados (sete homens e cinco mulheres) consideraram o ator culpado.
* com agências de notícias
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