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Netflix traz o sci-fi família "Perdidos no Espaço" para o século 21

Cena do remake de "Perdidos no Espaço", da Netflix - Divulgação/Netflix
Cena do remake de "Perdidos no Espaço", da Netflix Imagem: Divulgação/Netflix

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

13/04/2018 04h04

Antes de “Star Trek” se transformar em uma fenômeno da cultura pop que se desdobraria em várias temporadas e filmes, uma outra série ousou ir onde ninguém havia ido antes: a aventura espacial “Perdidos no Espaço”, que ficou no ar de 1965 a 1968. Para os padrões de hoje, é pouco tempo. Mas ela cativou tantas gerações que foi ressuscitada pela Netflix em um remake que chega ao serviço de streaming nesta sexta-feira (13).

Criada originalmente por Irwin Allen, a série acompanha a família Robinson, que, como o próprio nome já diz, acaba perdida em um planeta distante quando a nave que transportava pai, mãe e três filhos para um novo mundo a ser colonizado sai de sua rota. Em terra desconhecia, os cinco têm de se virar para lidar com o imprevisível.

Agora conduzida por Matt Sazama e Burk Sharpless (“Power Rangers”), “Perdidos no Espaço” continua sendo uma aventura de ficção científica para toda a família (o que em nada lembra a outra recente incursão da Netflix no gênero, a só para maiores “Altered Carbon”). Mas agora ela está plenamente adaptada aos novos tempos – e isso não está só nos belíssimos efeitos especiais que deixam claro que a plataforma de streaming não poupou um centavo na nova produção.

Como manda o cânone da Era de Ouro da TV, não há espaço para ingenuidade: Maureen (Molly Parker) e John (Toby Stephens), um pai ausente, passam por uma severa crise conjugal; Judy (Taylor Russell), a filha mais velha do casal, enfrenta um evento traumático logo no primeiro episódio; e o Robô que se torna amigo do caçula Will (Maxwell Jenkins) esconde um mistério sinistro. À moda consagrada por “Lost”, a história é intercalada por flashbacks que trazem um relance da vida não muito feliz dos Robinsons em uma Terra pouco habitável.

Para além das histórias um pouco mais sombrias, o novo “Perdidos no Espaço” também se atualiza trazendo mais representatividade em seu elenco. O Dr. Smith continua sendo uma figura vilanesca e pouco confiável — só que agora na pele de uma mulher (Parker Posey) e com uma história de origem diferente; Judy tem ascendência negra, já que é filha do primeiro casamento de Maureen; e Don West é interpretado pelo ator Ignacio Serricchio, que nasceu em Buenos Aires, Argentina.

Mas a trama não se aprofunda na questão da representação nem no lado sombrio dos personagens, afinal, estamos falando de um blockbuster feito para todos os públicos. São os dramas familiares que estão em primeiro plano, com espaço para muitas cenas doces envolvendo os três irmãos – principalmente Will, que se afeiçoa ao Robô e passa a ouvir seus tradicionais alertas de perigo.  

A história acaba complementada pelas sabotagens da Dra. Smith – às vezes irritante, às vezes divertidíssima na interpretação de Posey– e por cenas de ação que levam o público a conhecer um pouco mais desse novo mundo. No elenco, vale prestar atenção em Molly Parker: a atriz de “House of Cards” domina as cenas em que surge como a matriarca da família.