Doleiro em "O Mecanismo", ator diz que é contrário a discurso de Padilha
Interpretando o doleiro Roberto Ibrahim em “O Mecanismo”, dirigida por José Padilha, Enrique Diaz diz que topou fazer a série da Netflix por achar o personagem - inspirado em Alberto Youssef - “fascinante”. Apoiador de Lula e contra a prisão do ex-presidente, decretada na semana passada, o ator disse que não concorda com a abordagem dada pelo diretor José Padilha a alguns assuntos. A maior polêmica da série foi atribuir ao personagem inspirado em Lula a frase "estancar a sangria", dita pelo senador Romero Jucá em 2016 numa manobra para tentar barrar a Lava Jato.
“Para mim é complexo falar porque sou totalmente de esquerda e humanista. É muito delicado. Acho a prisão do Lula um absurdo. A gente tem que lutar para mudar isso porque está vindo uma coisa horrível em cima do país. Acho que a série não ajuda nesse sentido, mas aí é um discurso do Padilha. E não sou eu, não assino por aquilo”, afirmou o ator ao UOL durante o lançamento da supersérie da Globo “Onde Nascem os Fortes” nesta semana, em Lajedo do Pai Mateus, no Sertão da Paraíba (PB).
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Em “O Mecanismo”, Ibrahim, é chamado de “câncer” pelo policial Marco Ruffo (Selton Mello) por ser a peça principal de todo um esquema de lavagem de dinheiro e corrupção. Na trama, Ibrahim e Ruffo têm um passado e a relação dos dois é intensa por se conhecerem desde a época onde Ibrahim ainda não era mau caráter. Na realidade as investigações da Operação Lava Jato começaram bem antes do doleiro Alberto Youssef aparecer como pivô no caso de corrupção.
“Eu separo o pessoal do profissional. A série é bem feita. Foi complexo, não foi simples, mas tem vários colegas e equipe legais lá”, disse o ator, que recebeu elogios por sua atuação.
Delegado corrupto
Em “Onde Nascem os Fortes”, Enrique Diaz interpretará o delegado corrupto e oportunista Plínio, ressentido por ter menos poder do que gostaria. Ele investiga o desaparecimento de Nonato (Marco Pigossi), mas faz jogo duplo: serve a Pedro (Alexandre Nero), o suspeito do sumiço, e o juíz Ramiro (Fabio Assunção), rival de Pedro.
O ator está empolgado em interpretar mais um personagem de caráter duvidoso e define o delegado como um “homem de características fortes”. “Ele faz esse jogo entre o poder, por ser autoridade, e ao mesmo tempo ele é empregado também do poder. O Plínio quer se ascender socialmente, por isso ele serve os dois ‘patrões’. Ele namora a filha do Pedro, é romântico, porém truculento, violento e cínico. Acredita que tem uma nobreza superior”, contou Diaz.
Com personagens marcantes e cenários e paisagens de tirarem o fôlego no sertão, a supersérie conta a história de Hermano (Gabriel Leone) e Maria (Alice Wegman), que se apaixonam, mas uma briga envolvendo o pai dele, Pedro os impede de continuarem juntos. Maria acusa Pedro de ser o responsável pelo desaparecimento do irmão gêmeo, Nonato.
O elenco conta ainda com Patrícia Pillar, Debora Bloch, Zé Dumont, Jesuíta Barbosa, Maeve Jinkings, Carla Salles, entre outros. De autoria de George Moura e Sergio Goldenberg, a novela estreia dia 23, às 23h.
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