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Como o sangue roubado de Stan Lee ajudou a vender gibi por US$ 500

Stan Lee e sua criação, o Homem-Aranha - Reprodução/Jonathan Alcorn/Bloomberg/Getty Images
Stan Lee e sua criação, o Homem-Aranha Imagem: Reprodução/Jonathan Alcorn/Bloomberg/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

09/04/2018 04h00

Você compraria um gibi por US$ 500 (cerca de R$ 1,6 mil)? E se a tinta usada na sua impressão tivesse o sangue do seu autor preferido nela? Essa é a premissa que tem feito o noticiário norte-americano se movimentar para descobrir o que aconteceu após surgirem boatos de que Stan Lee, cultuado criador de personagens como Homem-Aranha, Homem de Ferro e Hulk, teve seu sangue roubado.

O roubo

As primeiras notícias sobre o roubo das amostras de sangue surgiram no site TMZ. De acordo com a publicação, um ex-sócio do autor teria forjado documentos entregues à sua enfermeira particular para a coleta de sangue.

Na ocasião, Stan Lee teria chegado a ficar com tontura em função da quantidade do sangue retirado. Isso tudo aconteceu em outubro.

O destino do sangue

No início, ainda segundo o TMZ, pessoas próximas a Stan Lee disseram que o autor estava preocupado com o destino das suas amostras de DNA.

A principal suspeita é de que seu ex-sócio tinha a intenção de vender canetas personalizadas com o sangue misturado em sua tinta.

Agora, o site aponta que o destino final do DNA o autor são algumas edições de "The Mighty Thor #700" e "Rise of the Black Panther" que ganharam uma assinatura de Stan Lee contendo o seu sangue na mistura da tinta.

Venda e certificado de autenticidade

O TMZ ainda apurou que estas edições estão sendo vendidas na Marvels Avengers S.T.A.T.I.O.N., uma mostra montada em Las Vegas, nos Estados Unidos, com diversas atrações ligadas ao universo da Marvel dos Vingadores.

As cópias das revistas com o logo em azul receberam o preço de US$ 250 (cerca de R$ 850), enquanto sua versão em dourado eram vendidas por US$ 500 (cerca de R$ 1600).

Juntamente com a edição especial, o fã recebe um certificado de autenticidade que garante que o tal selo foi impresso com o DNA do autor diluído em sua tinta.

O documento e a própria revista mostram um logotipo da Hands of  Respect, organização ligada ao ex-sócio de Lee.

Capa Black Panther com assinatura - Twitter/Reprodução - Twitter/Reprodução
No Twitter, fã postou imagem com a capa de revista e a polêmica assinatura de Stan Lee
Imagem: Twitter/Reprodução

De onde vem essa tinta?

Em busca da origem da tinta, o site Gizmodo encontrou um post publicado em um fórum que fala justamente sobre as edições vendidas nesta atração. O representante afirma que o sangue de Stan Lee presente no selo é legítimo e foi coletado com a autorização do autor em 2017, quando ele se solidarizou com o ataque de um atirador justamente em Las Vegas. Esta seria parte de uma ação para incentivar as pessoas a doarem sangue após o acontecimento.

O comunicado cita que a tinta foi produzida por uma empresa chamada Cleansnap, o que pode ser uma informação dada por engano, já que não há nenhuma empresa no setor com este nome. O que podemos encontrar é a Clearsnap, localizada em Washington.

História longe do fim

Diante da polêmica surgida, a Victoria Hil Exhibitions, responsável pela mostra em Las Vegas, disse em um sucinto comunicado que retirou revistas de suas prateleiras, mas não explicou a origem e nem o porquê da decisão.

A organização Hands of Respect e a Clearsnap foram procuradas plo Gizmodo, mas ambas afirmaram que não iriam se pronunciar sobre o assunto.

Para quem já gastou o dinheiro nestes exemplares, resta fazer um exame de DNA nos seus quadrinhos para descobrir se sua revista é ou não uma filha legítima de Stan Lee.