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"Dizer que meu leitor é burro passa dos limites", defende Paulo Coelho

Paulo Coelho - Getty Images
Paulo Coelho Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

04/04/2018 07h08

Paulo Coelho defendeu com unhas e dentes seus leitores em entrevista ao "Conversa com Bial" de terça-feira (4). O escritor, que se prepara para lançar "Hippie", contou que sua entrada na Academia Brasileira de Letras (ABL), em 2002, foi motivada pelas críticas que as pessoas recebiam por ler suas obras.

"Foi o leitor brasileiro que me levou para o mundo. Ele me apoia muito, fica animado, sente-se orgulhoso, principalmente agora que todo mundo viaja, vai numa livraria e vê meu livro. [Com a entrada na ABL] vamos dizer que dei uma satisfação aos meus leitores, que eram massacrados. Eu ser criticado é uma coisa, podem cair de porrada. Mas dizer que meu leitor é burro está passando dos limites", reclama.

Ele explica o motivo de, mesmo a maioria dos seus livros ser ambientando fora do país, o que o leva a ser enxergado como brasileiro. " Existem duas coisas: a primeira é escrever em português. A segunda é que vejo o mundo com olhos de brasileiro, espero não perder nunca isso. Na Europa e nos EUA, a parede que separa o mundo visível do invisível é muito rígida, ninguém quebra. No Brasil não tem essa parede". compara.

Coelho não esconde o orgulho da carreira que construiu. "Não podia nunca imaginar que meu livro seria lido pelo mundo inteiro", comemora, sem se importar com pirataria. "Eu estimulo, a pirataria só faz ajudar. Sou pirateado do início ao fim nos países árabes. O escritor quer ser lido. Ninguém acreditava que eu chegaria onde cheguei. Todos os meus críticos desapareceram. Ficaram os leitores".