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Nerd mais sortudo do planeta, Simon Pegg está dominando o mundo geek

Simon Pegg em cena de "Jogador Nº 1", de Steven Spielberg - Jaap Buitendijk/Warner Bros. - Jaap Buitendijk/Warner Bros.
Simon Pegg em cena de "Jogador Nº 1", de Steven Spielberg
Imagem: Jaap Buitendijk/Warner Bros.

Natalia Engler

Do UOL, em São Paulo

28/03/2018 04h00

Nerd assumido, o ator inglês Simon  Pegg, 48, tem vivido nos últimos anos o sonho de qualquer grande fã de cultura pop: primeiro se tornou o único ser humano a fazer parte das franquias "Star Trek" e "Star War" ao mesmo tempo, como o engenheiro da USS Enterprise,  Scotty, e como o alien Unkar  Plutt em "O Despertar da Força". Para fazer inveja aos trekkies, em 2016 ele também assinou o roteiro de "Star Trek: Sem Fronteiras". E agora Pegg completa seus planos de dominar o mundo geek com "Jogador Nº 1", filme dirigido pelo mestre da ficção científica e fantasia Steven Spielberg que estreia nesta quinta (29), baseado no livro de mesmo nome de Ernest Cline, considerado uma espécie de Bíblia da cultura pop, cheio de referências a filmes e games queridinhos de legiões de fãs.

"Cresci amando esses filmes, e por sorte acabei fazendo parte deles. Acho que em parte por causa da minha relação com o J.J. Abrams [responsável pela volta de "Star TreK" e diretor de "Star Wars: O Despertar da Força"]. Ele viu 'Todo Mundo Quase Morto', me ligou perguntando se queria fazer 'Missão Impossível 3', e nos tornamos amigos. Muita coisa aconteceu por causa disso. Acho que Steven (Spielberg) também viu os filmes que fiz com Edgar Wright e me convidou para fazer 'Tintim' e para esse filme. Então, sim, me sinto muito sortudo. E concordo: eu tenho o melhor trabalho do mundo", revelou o inglês em entrevista ao UOL.

Trabalhar com Spielberg pela segunda vez (na primeira, em "Tintim", as filmagens foram realizadas com captura de movimento) também tem um significado especial. "Sou um grande fã dele, mas ele é uma pessoa muito tranquila de se conviver. Ele é muito amistoso e acolhedor, extrai o melhor dos atores fazendo-os se sentirem bem à vontade. Ele se entusiasma muito, e não dá para não se afetar por isso. Ele sempre fica animado quando você faz uma boa cena. É um ótimo tipo de aprovação quando ele fala: 'Isso vai para o filme!', e você fica orgulhoso".

Mas Pegg confessa que às vezes é difícil segurar o lado fã e não surtar no set. "Estar no set de 'Star Trek' ou 'Star Wars', ou trabalhando com Steven Spielberg, é muito difícil não surtar quando você vê uma nave ou personagem especial, ou quando pode conversar com Spielberg sobre quando ele fez 'Tubarão' ou 'Contatos Imediatos'. Você surta. Mas você aprender a surtar de uma forma descolada, controlada, você não começa a gritar. Você aperfeiçoa seus surtos de fã", brinca.

Em "Jogador Nº 1", Pegg vive Ogden Morrow, um dos criadores do Oasis, uma realidade virtual onde a maior parte da população se refugia no futuro, quando o mundo se tornou um lugar ainda mais desigual. Ele era o melhor amigo de James Halliday (Mark Rylance), mas se afastou dele e da empresa dona do Oasis depois de um desentendimento. Quando Halliday morre e deixa toda sua fortuna para quem for capaz de desvendar pistas que levam a uma chave no Oasis, Morrow acaba se envolvendo na ação.

A história se passa em 2045, mas, para o ator, não estamos tão longe daquela realidade. "Acho que o filme é muito oportuno. As pessoas lamentam o fato de que estamos desaparecendo dentro dos nossos aparelhos e vivendo em um mundo que não é real. Mas é porque o mundo real não é mais tão atraente para nós. E para parar isso, não adianta acabar com a tecnologia, você tem que transformar o mundo em um lugar melhor. E isso depende de nós. Mas enquanto for assustador e preocupante, vamos querer fugir para algum lugar, não podemos nos culpar", conclui.