Justiça descarta ação de atriz centenária que acusou FX de manchar sua imagem

Um tribunal de Los Angeles descartou, nesta segunda (26), a ação movida pela lendária atriz americana Olivia de Havilland, de 101 anos, que acusou o canal FX de distorcer a verdade e manchar sua imagem na minissérie "Feud: Bette e Joan", na qual ela é vivida por Catherine Zeta-Jones.

No entendimento da Justiça americana, Olivia, que estrelou filmes clássicos dos anos 1930 e 1940 como "...E o Vento Levou" e "Tarde Demais", não possui "o direito legal de controlar, ditar, aprovar, desaprovar ou vetar o retrato do criador de pessoas reais", como ela.

A série "Feud", que estreou em março de 2017, conta a história da famosa rivalidade entre outras duas estrelas de Hollywood: Bette Davis, interpretada por Susan Sarandon, e Joan Crawford, encarnada por Jessica Lange.

A britânica Catherine Zeta-Jones dá vida a Olivia de Havilland, amiga de Bette Davis. De Havilland é a única atriz viva das que são retratadas na série.

Um dos pontos centrais do processo se refere à entrevista na qual a personagem de Olivia de Havilland concede em "Feud", na qual comenta a rixa entre as duas divas hollywoodianas.

A advogada da atriz, Suzelle Smith, afirmou ante ao tribunal que a produção passa uma imagem ruim de sua cliente e viola seu direito à privacidade, ao mostrá-la na ficção referindo-se a sua irmã, Joan Fontaine, como uma "cadela" ("bitch").

"Uma das razões principais do grande respeito do público por Olivia de Havilland é que em sua carreira de mais de 80 anos sempre se negou a se envolver em fofocas de Hollywood sobre as relações entre os outros atores", afirma a ação.

Já a advogada do canal de televisão a cabo, Kelly Klaus, alegou em juízo que a ficção documental não se propõe a contar a história literalmente. "Essa é a função dos documentários", afirmou.

*Com informações das agêncisa AFP e EFE