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Quem te viu, quem te vê: antes do sucesso, Katy Perry era "menina de Deus"

Katy Perry - Jordan Strauss/Invision/AP
Katy Perry Imagem: Jordan Strauss/Invision/AP

Do UOL, em São Paulo

17/03/2018 04h00

Anos antes de beijar garotas (e gostar), Katy Perry respondia pelo nome de Katy Hudson, um promissor talento da cena gospel americana que chegou a lançar um álbum voltado ao universo cristão. O passado da pop star, que atualmente faz turnê pelo Brasil, não é muito conhecido pelo grande público, embora ela jamais tenha renegado suas raízes religiosas em entrevistas. Comparada ao universo musical brasileiro, a cantora seria uma espécie de Baby do Brasil às avessas e com uma fé, digamos, um pouco mais tradicional.

Menina de Deus

Filha de dois pastores evangélicos, Katy Perry nasceu em Santa Barbara, no Estado da Califórnia, onde começou cantando no coro da igreja. Em casa, qualquer tipo de música que não falasse do amor de Deus era proibida. Após deixar a escola para perseguir o sonho de viver de música, Katy, dona de um vozeirão, chamou atenção de produtores da cidade de Nashville, berço do country, onde assinou seu primeiro contrato com gravadora. Uma gravadora gospel. Em fevereiro de 2001, aos 16 anos, ela lançou seu primeiro álbum, “Katy Hudson”.

Com influência do rock dos anos 1990 e por nomes como Jonatha Brooke e Fiona Apple, a estreia de Katy Perry naufragou vendendo menos de 200 cópias. Sem grande apelo comercial, o álbum foi ignorado pela crítica. A falência da gravadora Red Hill Records, que precisou fechar as portas e deixou Katy com as mãos atadas para a divulgar do trabalho, também não ajudou. O CD hoje é item de colecionador. É possível encontrá-lo à venda na internet por mais de US$ 200.

Em sua encarnação gospel, Katy Perry ostentava um visual bem diferente do atual. Usava cabelos curtos na altura do ombro, ora tingidos de loiro, e em nada lembrava a figura de roupas extravagantes e coloridas na qual se transformaria. Sua sorte começou a mudar em 2003, depois de conhecer o produtor Glenn Ballard, responsável por hits de Michael Jackson e Alanis Morissete. Foi ele quem a apresentou a Tim Devine, caça-talentos da major Columbia Records, da Sony

Transição

Em sua primeira grande gravadora, Katy abandonou o sobrenome Hudson para evitar confusão com atriz homônima e chegou a ter uma música, “Simple”, na trilha do filme “Quatro Amigas e um Jeans Viajante” (2005). Mas essa fase duraria pouco. Em um daqueles momentos definidores da história pop, a Sony resolveu demitir a cantora logo no ano seguinte, antes de gravar um disco. Os executivos não viam futuro nela e m seu estilo de pop rock, um erro que se provou crasso.

Contratada pela Capitol Records, da rival Universal, Katy Perry encontrou os produtores certos para seu desenvolvimento artístico e investiu em uma certeira dose malícia em seus clipes e composições. O primeiro single pós-renascimento, “Ur So Gay”, foi só um aperitivo para “I Kissed a Girl",  faixa de sucesso retumbante que a transformou na mais nova sensação da música.

Sucesso global

Lançada em abril de 2008, com elementos pop e new wave, a música pipocou nas paradas no mundo e vendeu quase 5 milhões de cópias só nos EUA. Dois meses depois, com o álbum ”One of the Boys”, Katy Perry consolidou seu novo status encarnando uma pin-up moderna, colorida, sexy e irreverente, um imã para jovens, crianças e adolescentes, seu público mais fiel.

Milionária, com mais de 100 milhões de álbuns vendidos, a cantora investe hoje em uma estética menos infantil e mais sexy, naquele que talvez seja seu disco mais "adulto", “Witness” (2017). O álbum contém a faixa "Swish Swish", que ganhou clipe com a participação da brasileira Gretchen. Os tempos mudaram. Do passado gospel Katy, hoje uma bissexual assumida, guarda pouco. Basicamente o nome Jesus tatuado no pulso esquerdo e a fé em Deus, da qual ainda se diz devota. Para a sorte de milhões de fãs, o apego aos dogmas cristãos ficaram no passado.

Katy Perry em São Paulo
Quando: Sábado (17)
Onde: Allianz Parque - Rua Palestra Itália, 200
Horários: 16h Abertura dos Portões / 19h45 Bebe Rexha / 21h Katy Perry
Ingressos: R$ 580 (pista premium, esgotada), R$ 280 (pista), R$ 360 (cadeira nível 1), R$ 340 (cadeira superior). Meia-entradas estão esgotadas. Pelo site Livepass

Katy Perry no Rio
Quando: Domingo (18)
Onde: Praça da Apoteose - R. Marquês de Sapucaí
Horários: 17h Abertura dos Portões / 19h30 Bebe Rexha / 20h45 Katy Perry
Ingressos: R$ 500 (pista premium, meia esgotada), R$ 280 (pista), Há meia-entrada para pista. Pelo site Livepass