O horror de "The Handmaid's Tale" finalmente chega ao Brasil
“The Handmaid’s Tale” foi uma das séries que mais deu o que falar em 2017. Retrato de um futuro distópico e assustador pouco amigável às mulheres, a produção baseada no livro “O Conto da Aia”, da canadense Margaret Atwood, arrebatou os prêmios de melhor série dramática no Emmy, no Globo de Ouro e no Critic’s Choice Award. E finalmente chega ao Brasil: a estreia é neste domingo (11) pelo canal pago Paramount.
A história acompanha June (Elisabeth Moss), uma mulher que – assim como as outras americanas – perde completamente seus direitos após os Estados Unidos levarem um golpe que instaura um regime totalitário e religioso em meio a uma crise de fertilidade. Separada de seu marido e sua filha, ela é transformada em uma aia, uma mulher que é obrigada a gerar os filhos dos casais da elite do país e que, para tal, é rotineiramente estuprada em um ritual chamado “a cerimônia”. Ela também passa a ser chamada de Offred (de Fred, uma referência ao nome de seu comandante).
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Em meio ao avanço de medidas contra os direitos reprodutivos das mulheres nos Estados Unidos e no mundo, a série ganhou relevância e se tornou também símbolo de resistência -- muitas mulheres, inclusive, adotaram o robe vermelho das aias como uniforme de protestos.
“Acho que o material de origem, da Margaret Atwood, é uma grande obra da literatura e traz alguns elementos essenciais com os quais muitas pessoas lidam hoje, seja regimes opressivos, o patriarcado, ou perda de direitos. De alguma forma, muitas pessoas podem se identificar”, diz ao UOL o ator O-T Fagbenle, que na série vive Luke, marido da protagonista.
E o contexto favorece a identificação. “Handmaid’s Tale” estreou nos Estados Unidos meses antes do #MeToo, o movimento que ganhou força nas redes sociais com as denúncias de casos de assédio e abuso sexual dentro de Hollywood – e mais tarde se estendeu a outras áreas. Para o ator, a coincidência mostra que a série está dentro da luta maior por igualdade que as mulheres vêm travando há anos.
“Esses movimentos são muito importantes e deram início a uma conversa sobre a situação das mulheres, sobre a desigualdade e a injustiça que elas enfrentam, e nossa série está em meio a esse contexto”, reflete. “Mas acho que o mais importante não é o que está acontecendo com uma celebridade ou em uma série de TV, mas sim as mulheres estarem denunciando e pressionando governos a promover mudanças”.
Criando um clima aterrorizante, a série toca em temas pesados que são recorrentes no noticiário internacional: o aborto, a condenação de vítimas de violência sexual, a violência contra a população LGBT e outras minorias e a violência do Estado contra aqueles que se opõem a ele. E Fagbenle acredita que a produção tem o potencial de fazer os espectadores encararem esses e outros assuntos de forma diferente. “Acho que provavelmente muitas pessoas que veem a série já são mente aberta, mas sempre haverá coisas que desafiam as nossas crenças e que podem esclarecer algumas ideias que nós temos”.
Segunda temporada
ATENÇÃO: O texto abaixo tem spoilers. Não leia se não quiser saber o que acontece.
A demora na estreia de “Handmaid’s Tale” no Brasil criou uma situação inusitada: apenas um mês após ser lançada aqui, a série levará ao ar nos Estados Unidos sua segunda temporada, exibida pelo Hulu, um serviço de streaming ainda não disponível por aqui.
Quem já está em dia com a produção sabe que Luke conseguiu escapar e se refugiar no Canadá, uma jornada que foi tema central de um dos episódios da série. E esse capítulo, em particular, representou um desafio para o ator. “Eu fiquei muito preocupado, na verdade, porque June e as aias estavam em um mundo que tinha uma configuração muito específica, enquanto Luke estava fugindo, do lado de fora”.
Ao fim da temporada, Luke reencontrou a amiga Moira (Samira Wiley), que também conseguiu escapar. E a nova temporada mostrará mais de perto a vida dos dois como refugiados. “Eu nunca sei o quanto posso dizer, porque se eu dizer demais, vão me torturar”, brinca. “Luke e Moira são refugiados que passaram por um trauma muito sério, e agora vamos ter uma oportunidade de explorar isso com mais profundidade, olhar para as complexidades e contradições de ser um refugiado nesse mundo em particular”.
"The Handmaid's Tale"
Onde: Paramount Channel
Quando: domingos, às 21h.
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