Uso de efeitos visuais em Hollywood vai parar na Justiça nos EUA
A justiça dos Estados Unidos rejeitou o pedido de uma empresa de tecnologia que exigia, entre outros pontos, que os estúdios Disney, Fox e Paramount pagassem direito autoral para o uso de captação de movimentos em grandes filmes como "Guardiões da Galáxia Vol. 2", "Deadpool" e "O Exterminador do Futuro: Gênesis".
A firma Readen LLC, fundada no Vale do Silício por Steve Perlman, ganhou uma disputa com outras empresas que até virou caso do FBI para patentear a tecnologia MOVA Countour Program, que captura e cria formatos em 3D com o uso de inúmeras câmeras acoplados no ator ou em uma superfície específica. O uso mais conhecido do programa é o de rejuvenescimento de Brad Pitt em "O Curioso Caso de Benjamim Button".
A Readen alega que as produtoras de Hollywood firmaram contrato com uma das empresas rivais, a Digital Domain, que não poderia licenciar o software, para usar a tecnologia -- caracterizando "roubo" de conteúdo.
A primeira acusação da empresa, rejeitada pelo juiz federal Jon Tigar, é que a Disney, a Fox e a Paramount deveriam pagar direito autoral, pois o programa pode ser usado por um especialista e independe da ação de diretores e atores.
O trio poderoso da indústria do cinema respondeu que a influência criativa tanto do elenco quanto do cineasta em uma produção é gigantesca, além de apontarem que, seguindo tal ideia, a Microsoft deveria ser dona de qualquer trabalho escrito no "Word", já que ela criou o software.
"A Corte dos Estados Unidos não acredita ser plausível que as cenas produzidas pela MOVA são criadas pelo programa sem contribuição substancial de atores e diretores", escreveu o juiz, ainda citando o filme "A Bela e a Fera", que usou o efeito visual para o protagonista Dan Stevens virar a temida criatura.
E as derrotas
Mas nem tudo são flores para Disney e companhia. Segundo o juiz, os estúdios infringiram a lei sobre patentes, mesmo sabendo que era a Readen que detinha o direito legal pelo uso desta tecnologia.
Para piorar ainda mais, o uso da marca registrada do MOVA creditado pela Disney em "Guardiões da Galáxias" dá margem a entender que a criadora da tecnologia de captura de movimento endossou o filme. Mesma situação foi vista em "Deadpool", da FOX.
Os estúdios argumentam que o uso da palavra MOVA foi apenas uma descrição de acordo com o que a lei determina. Mas que ficarão mais atentos a isso. O juiz afirmou que o caso vai prosseguir na justiça.
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