Como a Marvel tirou algumas das melhores mentes por trás de seus filmes
A Marvel está sem o seu Comitê Criativo há alguns anos, e aparentemente tudo está melhor. Formado por Alan Fine (atual vice-presidente da Marvel), Brian Michael Bendis (famoso roteirista de HQs), Dan Buckley (atual presidente da companhia) e Joe Quesada (ex-chefe criativo da Marvel), o grupo servia como conselheiro desde a primeira fase do Universo Marvel, mas reclamações internas e até a inutilidade do quarteto acabaram dissolvendo o comitê.
Em português claro, os quatro ajudavam os diferentes produtores, roteiristas e diretores a manterem a união dos heróis da Marvel, dando alguns pitacos no que não estava de acordo com o que eles achavam correto no novo caminho da empresa. Boatos apontam que o comitê teve papel fundamental nos desligamentos de Edgar Wright em "O Homem-Formiga" e Patty Jenkins em "Thor: O Mundo Sombrio", por exemplo.
Atualmente na fase três, o Universo Marvel está nadando em dinheiro e credibilidade com os fãs e os críticos -- muito mais do que anteriormente. É questionável se tal sucesso, principalmente em filmes singulares como "Thor: Ragnarok", "Guardiões da Galáxia Vol. 2" e "Pantera Negra" -- nos quais os diretores tiveram liberdade criativa e impuseram suas vontades --, teria o mesmo resultado caso o quarteto ainda tivesse tamanha influência nos bastidores do estúdio.
James Gunn, diretor da franquia "Guardiões da Galáxia", revelou em entrevista para a "Vanity Fair" que o quarteto de conselheiros queria remover a Awesome Mix Tape -- a fita com as músicas de Peter Quill -- do primeiro filme, além de passarem bilhetinhos (esses que a gente passava na sala de aula) informando que o vilão Ronan, o Acusador era um personagem simplório.
Um dos projetos mais celebrados na segunda fase do Universo Marvel foi "Capitão América: O Soldado Invernal". Os irmãos Russo, diretores do projeto, afirmaram que "não tiveram muita interação" com o comitê durante as filmagens do longa. A dupla ainda afirmou publicamente que a dissolução do Comitê Criativo não impactaria em nada os filmes, dando a entender ainda que os cineastas teriam menos obstáculos durante a produção.
Claro que a Marvel, como toda empresa, não pode reduzir a culpa e apontar o dedo para algumas pessoas quando algo não dá certo, mas o nível de influência dos membros do Comitê Criativo impressionava e deveria ser levado muito em conta. A impressão que dá é que removendo o quarteto, que não tinha experiência direta na construção de um filme, acabou criando um ambiente mais democrático e, talvez, curiosamente mais criativo.
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