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Já vimos 5 episódios de "Jessica Jones" e contamos o que esperar

Krysten Ritter como Jessica Jones em cena da segunda temporada da série Imagem: David Giesbrecht/Netflix

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

27/02/2018 04h00

Quando estreou, em 2015, “Jessica Jones” trouxe uma perspectiva diferente ao mundo dos super-heróis com uma heroína que lidava com estresse pós-traumático e um histórico de abuso sexual e psicológico. Quase três anos mais tarde, a série volta no próximo dia 8 mergulhando de forma mais profunda nos traumas de Jessica ao mesmo tempo em que conta uma história essencialmente de origem – e faz acenos à recente onda de denúncias de assédio sexual que tomou Hollywood.

Nos cinco primeiros episódios da segunda temporada, aos quais o UOL teve acesso, Jessica (Krysten  Ritter) está com raiva – mas ainda mais humana. A detetive particular continua bebendo doses pouco recomendadas de whisky, se metendo em problemas e destilando seu senso de humor ácido; no entanto, ela faz um esforço consciente para não agir como o monstro que muitos a consideram e controlar seus impulsos.

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Enquanto ainda se recupera das agruras vividas com Kilgrave (David Tennant), Jessica se vê obrigada a enfrentar outro demônio de seu passado: a IGH, empresa misteriosa ligada aos poderes adquiridos pela heroína após o acidente que vitimou toda sua família. Aos poucos, ela tenta remontar o que lhe aconteceu, enquanto lida com outras ameaças que ainda não podemos revelar aqui.

Kilgrave vai fazer falta na nova temporada Imagem: David Giesbrecht/Netflix

É uma história que poderia, facilmente, ter servido como primeira temporada, já que se concentra em um tema recorrente do universo dos heróis. Mas a decisão da Marvel e da Netflix por deixá-la para depois foi sábia, visto que ela, apesar de satisfatória, não tem o mesmo impacto da anterior, pelo menos nesses primeiros episódios.

Isso está ligado não só ao fato de a produção ter estreado com um tema do qual ainda pouco se fala na TV, o abuso, mas também a um problema recorrente do Universo Cinematográfico da Marvel: a falta de bons vilões. Aqui, ela é gritante pelas altas expectativas estabelecidas por Kilgrave e a interpretação marcante de David Tennant, que mesmo sem aparecer em metade dos episódios, tinha uma presença forte e ameaçadora que não encontra par nos novos antagonistas de Jessica.

Isso não significa que a nova temporada de “Jessica Jones” não mereça ser vista. Krysten  Ritter segue carismática como a protagonista, e a história criada por Melissa Rosenberg mantém seu clima de cinema noir e continua interessante de se acompanhar, inclusive quando se direciona para os dramas de personagens secundários como a advogada Jeri  Hogarth (Carrie Ann Moss) e Malcom (Eka Darville).

“MeToo“

A série, que foi um marco por ser a primeira produção própria de uma super-heroína da Marvel, também retorna em um momento que não poderia ser mais apropriado: o pós-“MeToo”, movimento que expôs casos graves de abuso e assédio sexual em Hollywood.

A nova temporada foi gravada antes da eclosão das denúncias, mas seus roteiristas parecem ter captado o espírito do que vinha pela frente. Uma das tramas passa por um diretor de cinema envolvido em um caso de abuso de menor; em outro momento, um personagem diz que “não aceita não” como resposta, e Jessica não fica calada. “Como um estuprador”, rebate.

A heroína, como se vê, continua afiadíssima. E só sua presença já é mais do que suficiente para dar um voto de confiança à nova temporada, que apesar de mais lenta, se aprofunda na personalidade da protagonista. Se não for o bastante, lembre-se que Kilgrave vai dar as caras para uma participação especial – assim como outro personagem das séries Marvel/Netfix.

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