Foo Fighters vem aí: o que esperar dos shows da banda no Brasil
Ainda na crista da onda como uma das bandas mais populares do rock, o Foo Fighters inicia mais uma turnê pelo Brasil no domingo, no Rio de Janeiro, passando em seguida por São Paulo (27 e 28/02), Curitiba (02/03) e Porto Alegre (04/03). Na bagagem, Dave Grohl e seus companheiros trazem o disco “Concrete And Gold”, que trouxe como novidade uma sonoridade mais cheia para a banda, ou, como eles descrevem, “um encontro entre os extremos do hard rock em colisão com a sensibilidade do pop.”
Mas o que esperar desta série de shows no Brasil? O Foo Fighters volta depois de três anos. Eles estiveram no Brasil em 2015 e fizeram três shows em estádios promovendo “Sonic Highways”. E a verdade é que, fora as novas músicas, pouca coisa mudou. Eles apostam no “arroz com feijão” que tem dado certo por tanto tempo. A maior diferença está no palco.
O Foo Fighters tem apresentado, ao menos no quesito palco, um show menor do que de outros momentos, sem a extensão que dividia a pista em dois lados e levava Grohl e companhia para mais perto da galera do fundão. Nos shows de 2015, montava-se até um “palco B” em certo momento da apresentação.
Agora, com os recentes shows nos EUA e na Oceania, a banda apresentou na maioria das vezes um palco simples, com um telão diferenciado, em forma de losango, mas uma disposição mais tradicional - talvez o cansaço que eles admitiram ter sentido na última turnê tenha pesado para a decisão. Em Sydney e Perth, a extensão foi usada, mas no Brasil os palcos serão simples, sem passarela.
No repertório, as escolhas têm sido equilibradas em relação ao histórico de álbuns da banda. Nem o novo disco desponta com mais canções que as demais; em média, três músicas de “Concrete and Gold” vêm sendo tocadas, “Run”, “The Sky is a Neighborhood” e “Sunday Rain”, cantada pelo baterista Taylor Hawkins.
Com nove discos lançados, o set list é quase uma coletânea, abordando todas as fases da trajetória da banda, com cerca de 25 faixas. Para quem curte as antigas, "Big Me" e "This is A Call" surgem do primeiro disco. Os hits que fizeram a banda explodir, como “Everlong”, “Monkey Wrench” e “My Hero”, são as mais tocadas do disco “The Colour and the Shape”. E por aí vai, com “All My Life”, “Learn to Fly” e “Best of You”, entre tantas outras, chegando a hits atuais, principalmente do disco “Wasting Light”.
O Foo Fighters segue dedicando parte do show a homenagens aos seus ídolos. Há espaço para o baterista Taylor Hawkins comandar os vocais em “Under Pressure”, clássico do Queen com David Bowie - que a banda já vinha apresentando em 2015. Já o guitarrista Chris Shiflett tem assumido os microfones para “Under My Wheels”, de Alice Cooper. Na Austrália, as surpresas vieram com covers do AC/DC. Será que no Brasil pode haver uma homenagem com a cara do público daqui? Resta esperar pra ver.
Além do Foo Fighters, vale lembrar que a turnê da banda leva consigo o Queens of the Stone Age, que promove o disco “Villains”, de 2017. Os brasileiros do Ego Kill Talent são a banda de abertura.
O “novo” som do Foo Fighters
Mais recente disco do Foo Fighters, “Concrete and Gold” tem uma história curiosa para justificar sua sonoridade mais rica, ao mesmo tempo melódica e pesada. Sem querer que o Foo Fighters virasse um “cover de si mesmo”, Dave Grohl conseguiu seduzir o produtor de Sia, Kelly Clarkson e do hit “Hello”, de Adele. Enquanto todos duvidavam, uma amizade improvável entre Grohl e este produtor, Greg Kurstin, acabou fazendo com que ele trabalhasse em seu primeiro disco de rock.
Grohl conta que o encontro entre ele e Kurstin foi inusitado e totalmente casual. Acostumado a ser abordado por fãs, Grohl mudou de papel. Ele conhecia a banda de Kurstin, The Bird and the Bee, que toca um misto de música eletrônica com jazz, e quando estava de férias no Havaí, reconheceu-o em um bar. Já amigos, eles passaram a se encontrar mais vezes e falar sobre música. “Eu penseu: ‘esse cara é um gênio’”, relembra Grohl.
Nesta época, o Foo Fighters já preparava o lançamento de “Sonic Highways”, mas Grohl já pensava em chamar Kurstin para um próximo trabalho, até porque o status de “gênio” só cresceu, principalmente quando o produtor e Adele estouraram com “Hello”. Este, por sinal, era um problema. Quando Grohl contou ao seu empresário sobre a ideia, foi desencorajado: “boa sorte! Entre na fila”.
Todos queriam trabalhar com Kurstin e Grohl não havia lhe contado da ideia. Foi só em uma outra noite, alcoolizado, que o líder do Foo Fighters mandou a real, fez o convite e ouviu o sim. Mesmo sem ter trabalhado com rock, a parceria foi firmada e deu asas a Dave Grohl.
“Nós conseguimos fazer o que queríamos. Eu queria fazer um disco gigante do Foo Fighters, com grandes melodias, arranjos e o toque de jazz do Greg. Os riffs foram de legais para grandiosos, ele elevou o Foo Fighters para algo maior”, afirmou o vocalista e guitarrista, em um vídeo no Youtube da banda. O disco ainda contou com presenças de Justin Timberlake, fazendo backing vocals, e Paul McCartney tocando bateria, além da presença de corais, engrandecendo alguns dos refrãos mais marcantes que a banda escreveu nos últimos anos - vide “The Sky is a Neighborhood”.
Veja Grohl falando sobre a produção de Concrete and Gold (em inglês):
Serviço:
RIO
Data: 25/02, domingo
Local: Estádio do Maracanã
Horários: Ego Kill Talent às 18h30, QotSA às 19h30 e Foo Fighters às 21h30
SÃO PAULO
Data: 27 e 28/02
Local: Allianz Parque
Horários: Ego Kill Talent às 18h, QotSA às 19h, Foo Fighters às 20h50
CURITIBA
Data: 02/03
Local: Pedreira Paulo Leminski
Horários: Ego Kill Talent às 18h30, QotSA às 19h30 e Foo Fighters às 21h30
PORTO ALEGRE
Data: 04/03
Local: Estádio Beira-Rio
Horários: Ego Kill Talent às 18h, QotSA às 19h, Foo Fighters às 21h
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