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Coordenador de dublês de "Kill Bill" fala pela 1ª vez sobre acidente de Uma

Quentin Tarantino, Uma Thurman e Harvey Weinstein durante um evento de cinema - Divulgação
Quentin Tarantino, Uma Thurman e Harvey Weinstein durante um evento de cinema Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

10/02/2018 01h06

O coordenador de dublês responsável pelas cenas de ação de "Kill Bill" afirmou que não foi chamado a trabalhar no dia em que a atriz Uma Thurman gravou uma cena dirigindo um carro antigo conversível e acabou se envolvendo em um sério acidente. "Em momento nenhum eu fui avisado ou consultado sobre o fato da sra. Thurman pilotar um carro em cena naquele dia", revelou o experiente Keith Adams, em sua primeira entrevista sobre o episódio, concedida ao site The Hollywood Reporter.

Thurman virou notícia há uma semana após revelar, em entrevista ao jornal "The New York Times", que teria sido pressionada pelo diretor Quentin Tarantino a dirigir um Karmann  Ghia modelo 1973 por uma estrada de terra no México. Um vídeo que a atriz compartilhou em sua conta no Instagram mostra ela perdendo a direção do veículo e colidindo com uma palmeira, num acidente que deixou ferimentos em seu pescoço e joelhos.

"Nenhuma cena de risco estava programada para ser gravada naquele dia. Todo o departamento de dublês foi dispensado e ninguém chamado ao set", disse ao THR o coordenador de dublês. "Se tivessem me envolvido, eu teria insistido não só em colocar um piloto profissional ao volante como também em garantir que o carro estivesse seguro para correr na estrada", completou.

Em entrevista recente ao site Deadline, Tarantino afirmou que nunca considerou a cena em questão como "uma cena de risco". "Era apenas dirigir [um carro]."

"Uma poderia ter sido decapitada"

Dublês experientes ouvidos pelo THR, no entanto, criticaram o diretor pela suposta imprudência e disseram que carros usados em filmagens, geralmente, são pouco seguros, sem diversos equipamentos de segurança, para abrir espaço para a instalação de câmeras e outros equipamentos de gravação. "[Uma Thurman] poderia ter morrido por decapitação. O carro poderia facilmente ter capotado e a câmera vindo para a frente. Foi irresponsabilidade em um nível imenso", disse Andy Armstrong, um veterano no trabalho com dublês.

Falando com mágoa sobre o episódio, Thurman disse que se recusou inicialmente a pilotar o veículo na cena. "Quentin veio no meu trailer e não gostou de ouvir um 'não'. Ele disse: 'Eu prometo a você que o carro está ótimo. É um pedaço de estrada reta", lembrou a atriz, que relata ter brigado por 15 anos com o produtor Harvey Weinstein para conseguir as imagens que provavam o que realmente aconteceu naquele dia. "O que me afetou mesmo quanto ao acidente foi sentir que tinha sido agredida de tal forma que ficara vulnerável."

Após a divulgação do vídeo, na última semana, Tarantino confirmou o relato da atriz e disse que o episódio "é um dos maiores arrependimentos de sua vida".