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Contra assédio, revista troca modelos de biquíni por nudez com protesto

Revista Sports Illustrated faz tradicional ensaio sensual com tom de protesto Imagem: Reprodução/Instagram/si_swimsuit

Do UOL, em São Paulo

07/02/2018 16h28

A revista norte-americana "Sports Illustrated" anunciou mudanças importantes em seu tradicional ensaio anual com modelos de biquíni. Na edição que será lançada na próxima terça-feira (13), a "Sports Illustrated Swimsuit Issue" trará mulheres nuas com palavras de protesto escolhidas por elas e escritas em seus corpos, como "feminista", "humana" e "natural".

A transformação do ensaio acontece em meio a denúncias de assédio que revelaram casos de violência sexual envolvendo atores, atrizes e diretores de Hollywood e geraram campanhas como #MeToo e Time’s Up.

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Segundo a editora da "Sports Illustrated Swimsuit Issue", a ideia do ensaio deste ano é ter as mulheres participando mais do que como "objetos". "Estou muito entusiasmada de que este movimento esteja acontecendo, porque eu sinto que vai mudar as coisas para melhor", comemorou MJ Day à revista "Vanity Fair".

Uma das modelos, Sailor Brinkley Cook, celebrou a mudança do ensaio em seu Instagram: "Eu sou uma lutadora. Eu sou forte. Eu sou romântica. Eu sou criativa. Eu sou otimista. Eu sou natural. Eu sou um trabalho em progresso, em constante evolução e aprendizado. Muito obrigada por me incluir em um projeto tão impactante e próximo de nossos corações, e todas essas mulheres incríveis como sujeitos em suas verdades e abraçando quem elas são ou podem vir a ser".

O que é #MeToo (eu também)

O movimento foi criado pela norte-americana Tanara Burke em 2007, muito antes de virar hashtag nas redes sociais. Burke, que também é a fundadora da Just Be Inc, uma ONG voltada a promover o bem-estar de garotas negras e de outras minorias, deu início ao movimento para apoiar vítimas de abuso sexual, agressão e assédio em comunidades pouco privilegiadas, que geralmente têm pouco acesso a auxílio médico e social – seguindo a ideia do “empoderamento através da empatia”.

Como hashtag, o #MeToo viralizou pouco após as denúncias contra Weinstein virem à tona. O termo ganhou força após a atriz Alyssa Milano publicar em seu Twitter uma mensagem pedindo às vítimas de assédio e abuso que escrevessem “me too”, para dar às outras pessoas uma noção da magnitude do problema.

Debra Messing, Lady Gaga, Evan Rachel Wood, Gabrielle Union, Bjork, Patricia Arquette e outras famosas adotaram a hashtag, e outras como Jennifer Lawrence e Reese Whiterspoon revelaram suas experiências publicamente em seguida.

O que é Time’s Up (o tempo acabou)

Tendo em vista a grande repercussão das acusações e das denúncias que derrubaram poderosos de Hollywood como Kevin Spacey, Brett Ratner e Bryan Singer, um grupo de atrizes, executivas e outras funcionárias da indústria resolveram lançar, no primeiro dia de ano, uma iniciativa concreta para combater casos de violência sexual e discriminação de gênero no ambiente de trabalho.

O projeto conta com o apoio de mulheres como Emma Stone, Natalie Portman, Shonda Rhimes, Eva Longoria, Reese Witherspoon, Emma Watson, Jessica Chastain e Nicole Kidman, entre outras. Foi dentro dele que surgiu a ideia do protesto do último Globo de Ouro, quando as mulheres foram vestidas de preto e muitos homens usaram broches apoiando a o movimento.

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