Sandy se arrisca no heavy metal e grava música pesada com o Angra; ouça trecho
Para uma cantora que começou ligada ao mundo do sertanejo e que hoje trafega pelo pop, seria difícil imaginar Sandy emprestando sua voz ao mundo do heavy metal. Mas é isso que o novo disco da banda Angra traz. A parceria acontece na faixa “Black Widow’s Web”, do álbum “ØMNI”, que será lançado em 16 de fevereiro.
Apesar de entrar nesse mundo diferente, não é preciso imaginar que Sandy apareça com vocais mais “rasgados” ou algo muito fora do seu comum. Na verdade, seu timbre angelical é que surge na canção, que tem outra novidade para o Angra, a presença de vocais guturais, fruto de outra parceria, com Alissa White-Gluz, vocalista da banda Arch Enemy.
Ouça um trecho:
O tom suave de Sandy acaba se contrapondo aos guturais de Alissa - na primeira vez em que o Angra utiliza esse tipo de vocal rasgado, típico de bandas como o Sepultura, por exemplo. Além delas, o italiano Fabio Lione, atual vocalista da banda, também canta na música, uma das mais pesadas que a banda já escreveu.
"Ter a Sandy foi uma das coisas mais especiais, porque ela é uma das grandes cantoras do Brasil, é uma das maiores cantoras brasileiras e uma pessoa que foi muito amável, receptível, que está disposta a se arriscar", explicou o guitarrista Rafael Bittencourt. "Nós nos arriscamos tendo a Sandy e ela se arriscou participando de um disco de heavy metal. E essa coragem que o Angra tem, de se arriscar sempre, ela mostrou que também tem. A música, para nós, é algo que deve unir as pessoas. E ter a Sandy e a Alissa cantando juntas é uma prova de que a música deve unir não só os artistas, mas o público."
Rafael ainda explicou o conceito da canção: "A música é uma analogia entre as mídias sociais e a viúva negra. Então, temos a Sandy e a Alissa. A Alissa fazendo o lado sedutor e letal da viúva negra, que pode ser a aranha ou o lado feminino. A Sandy, o lado ingênuo desse lado feminino. E eu queria que fossem duas vozes, uma angelical e uma agressiva. E não podia ser melhor do que ter a Alissa, uma diva do metal, com o lado letal da viúva negra, e a Sandy, uma diva nacional, que faz parte da cultura brasileira, um ícone de uma voz angelical e inocente, já que ela canta desde criança. Já o Fabio é quem reclama que teve sua identidade roubadada, e ouve daa Alissa que ele é responsável por seus atos."
Além de Sandy, o Angra também já trabalhou com outro grande nome da música brasileira quando teve Milton Nascimento cantando em “Late Redemption”, de “Temple of Shadows” (2004).
Entre as outras novidades do novo disco, “ØMNI” é o nono álbum da banda e o primeiro desde que o guitarrista Kiko Loureiro entrou no Megadeth, participando menos no processo de criação e gravação do disco. Marcelo Barbosa foi convocado e registrou solos e vem tocando ao vivo com a banda, que já programou um show de lançamento do álbum em São Paulo para 19 de maio - além de tocar no Carnaval de Salvador, no dia 11, o grupo embarca para uma turnê mundial a partir de março, com datas até novembro.
“ØMNI” é um disco conceitual e traz um conjunto de histórias de ficção científica. Elas acontecem em diversos momentos do tempo e se baseia em um sistema de inteligência artificial criado em 2046, que mudará a humanidade.
Além de misturar heavy metal e música clássica, outros elementos aparecem no álbum, como em “Caveman”, com detalhes de percussão e cânticos que remetem à capoeira e à Bahia. Assim como seu antecessor, “Secret Garden”, o disco foi gravado na Suécia, com produção de Jens Bogren. Além dos já citados Rafael Bittencourt, Fabio Lione e Marcelo Barbosa, completam a atual formação do Angra Felipe Andreoli no baixo e Bruno Valverde na bateria.
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