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YouTube e gravadoras assinam acordo sobre vigilância e royalties

Taylor Swift em clipe de "Look What You Made Me Do" - Reprodução
Taylor Swift em clipe de "Look What You Made Me Do" Imagem: Reprodução

Lucas Shaw

Bloomberg

20/12/2017 15h15

O YouTube assinou um novo acordo de longo prazo com as duas principais gravadoras de música, prometendo maior vigilância das músicas protegidas por direitos autorais que os usuários carregarem na plataforma e preparando o caminho para um novo serviço pago após dois anos de negociações turbulentas.

A Universal Music Group afirmou que o acordo com o YouTube dará mais flexibilidade e melhor remuneração aos artistas. A Sony Music Entertainment também assinou um novo acordo, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. A empresa controladora com sede em Tóquio preferiu não comentar.

Os acordos estabelecem taxas de royalties entre o YouTube e os titulares de direitos para videoclipes profissionais e vídeos carregados por usuários, além de abrir caminho para que o YouTube apresente um novo serviço pago de música no início do ano que vem. Warner Music Group, a terceira maior gravadora, havia assinado um novo acordo com o YouTube em maio.

O YouTube espera converter alguns dos milhões de pessoas que escutam música gratuitamente no seu site de vídeo em assinantes pagantes. Isso ajudaria a fortalecer seu relacionamento com os principais grupos de selos discográficos após anos de tensão sobre se o site pertencente ao Google pagava o suficiente aos titulares de direitos autorais.

A Universal, que pertence à Vivendi, obteve pela primeira vez o controle sobre o que aparece nos canais respaldados por propagandas e convenceu o YouTube a melhorar a verificação dos vídeos carregados por usuários com conteúdo protegido por direitos autorais, disse uma pessoa familiarizada com o assunto, que pediu anonimato porque a informação é privada. Alguns vídeos e músicas só estarão disponíveis no serviço pago, para diferenciá-lo do serviço gratuito, disse a pessoa.

O YouTube é um dos meios mais comuns de consumo de música para pessoas do mundo inteiro e é um dos órgãos promocionais mais importantes para representantes e gravadoras. No entanto, o site e sua empresa controladora Google, uma unidade da Alphabet, têm tido dificuldades para convencer os consumidores a pagar pela música.

Os serviços pagos Spotify e Apple Music provocaram uma recuperação da indústria musical, convertendo pessoas que ouviam gratuitamente ou que compravam um disco de vez em quando em assinantes mensais. As vendas do setor nos EUA cresceram 15 por cento no primeiro semestre de 2017, de acordo com a Recording Industry Association of America, e as vendas globais cresceram 5,9 por cento, de acordo com a Federação Internacional da Indústria Fonográfica.

Os selos discográficos criticaram o YouTube pela postura frouxa em relação aos direitos autorais e por compensar insuficientemente os artistas, argumentando que as vendas estariam crescendo mais rapidamente se gerassem mais dinheiro do YouTube.

A Universal e a Sony operam divisões de gravação e de distribuição de música, e seus grupos de selos representam ambas nas negociações com o YouTube.

Não está claro quanto tempo os novos acordos do YouTube vão durar. O acordo da Warner Music com o site de vídeo foi mais curto que o normal para permitir flexibilidade no futuro, segundo um memorando de maio da discográfica.

O YouTube e as gravadoras tiveram que superar os desentendimentos sobre a partilha da receita de publicidade, os recursos e as músicas disponíveis gratuitamente para usuários e espectadores fora dos EUA. Mas o YouTube é tão popular que as gravadoras preferem trabalhar com o serviço do que tirar suas músicas da plataforma.