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Não é só Peppa: Sexo, incesto e piadas renderam polêmicas em outros livros

Livro Peppa causou polêmica e foi acusado de racismo - Reprodução
Livro Peppa causou polêmica e foi acusado de racismo
Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

24/11/2017 04h00

Em um momento polarizado e cheio de debates acalorados no mundo das artes, um livro infantil causou polêmica e foi retirado de circulação sob acusação de racismo. “Peppa”, da ilustradora Silvana Rando, publicado em 2009 pela Brinque-Book, é o caso mais recente.

A história personagem cabeluda - que não tem nada a ver com a porquinha do desenho animado - vendeu mais de 37 mil exemplares, e fala de uma garota que tem cabelos cacheados descritos como o “cabelo mais forte do universo”, “resistente como fios de aço”. Ainda assim, ela é descontente e decide alisá-lo. Parte do público o considerou ofensivo, e o debate foi amplificado por um vídeo da youtuber e ativista Ana Paula Xongani, que o chamou de “extremamente racista”.

O caso de “Peppa” não é o primeiro. Da questão racial à sexualidade, outros casos causaram polêmicas, alguns até em obras distribuídas no ensino público. Relembre casos:

  • “Enquanto o Sono Não Vem”

Capa do livro "Enquanto o sono não vem", recolhido pelo MEC (Ministério da Educação) de escolas públicas por supostamente tratar de incesto em um de seus contos - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

O livro publicado em 2003, de autoria de José Mauro Brant, foi distribuído em escolas públicas do país desde 2014, até que em junho deste ano foi retirado de circulação. Acusações de incesto e pedofilia foram o ponto alto da polêmica, quando no capítulo "A Triste História de Eredegalda", um pai propõe casamento à filha -- ela nega a proposta. O Ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), falou em tomar uma "ação de proteção das crianças" e o MEC divulgou um parecer técnico considerando a obra inadequada e recolhendo 93 mil exemplares adquiridos.

  • "Aparelho Sexual e Cia."

livro Aparelho Sexual e Cia - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Este livro de educação sexual virou alvo de polêmica por ser, supostamente, distribuído na rede pública. O deputado Jair Bolsonaro foi um dos críticos, dizendo que o livro "ensina sexo para criancinhas". No entanto, o MEC informou em nota que não produziu, adquiriu ou distribuiu o material. O livro é uma publicação da editora Companhia das Letras e a empresa informou, em seu catálogo, que a obra já vendeu 1,5 milhão de exemplares em todo o mundo e foi publicada em 10 idiomas.

  • "Meia-Noite e Vinte"

Meia-Noite e Vinte - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Lançada pela Companhia das Letras, a obra recebeu uma autuação do Ministério Público, com uma queixa de uma cena em que um personagem se masturba. O Ministério Público foi foi procurado pelo pai de um aluno de ensino médio, cuja escola havia adotado o livro, escrito por Daniel Galera.

 

  • "Bloco de Atividade"

Bloco de atividades - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Este caso de Portugal virou tema de debate por diferenciar meninas e meninos. Duas versões foram feitas, com atividades, cores e temas diferentes para cada gênero. Enquanto os meninos tinham atividades mais complexas e atividades ao ar livre, as meninas eram ligadas a trabalhos domésticos. A Porto Editora, responsável pelos livros, tirou-os de circulação.

 

  • "Piadas sobre Meninas (para meninos lerem)"

Piadas sobre Meninas (para os Meninos Lerem) - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Apesar de datar de 2003, 12 anos depois de ser lançado o livro “Piadas sobre Meninas (para meninos lerem)” (Editora V&R, 2009) e sua outra versão, com piadas sobre meninos para meninas lerem, virou alvo de reclamação em 2015 -- apesar de a editoria dizer que não o comercializa mais desde 2010. Nele, havia piadas como "Como se chama uma menina com meio cérebro? Superdotada!".