"República do Humor": Apê vira parada obrigatória para calouros de stand-up
Os humoristas Thiago Ventura, 27, Afonso Padilha, 27, Renato Albani, 30 e Nando Viana, 34, já se conheciam do circuito dos bares de stand-up comedy, em São Paulo, quando decidiram dividir um apartamento na capital paulista. A "república" criada por eles, que deveria ser apenas uma alternativa para economizar dinheiro, acabou se transformando em uma parada quase obrigatória para amigos que vêm de outros estados tentar a sorte na capital paulista.

A troca de experiências ocorre até mesmo quando eles se juntam na sala de casa para assistir séries de humor no Netflix. “Paramos a cada cena. Estudamos para ver o que funciona e o que não deu certo”, completa Padilha, que deixou Curitiba, no Paraná, para tentar a sorte na capital paulista.
A sala conta ainda com duas mesas grandes e um quadro negro, além de diversos cartazes com referências a filmes, séries e personagens da cultura pop. Por ali, eventualmente, também dormem humoristas de todo o Brasil que pedem abrigo no apartamento enquanto estão em São Paulo. Nesta semana, por exemplo, três pessoas estavam hospedadas por lá. “A troca de experiências é muito grande”, afirma Afonso.
O trabalho dos humoristas não se resume só aos palcos. O apartamento funciona também como um escritório criativo. Por exemplo, na parede dos quartos, os comediantes colam post-its com ideias para os shows. “De um lado eu coloco as ideias de piadas. Do outro, ficam aquelas que já foram testadas. E assim eu vou montando o meu trabalho”, explica Ventura.
Dentro de casa é mais divertido

“Costumo dizer que eu ganho mais do que merecia e menos do que gostaria”, disse Viana, que no dia 1º de agosto vai lançar no Netflix o vídeo da sua peça “Turma do Fundão desde 1981”.
A convivência diária já está rendendo frutos. Os quatro "roomates" foram convidados para se apresentarem no mês que vem no festival Risadaria, em São Paulo. “Para entrar na nossa ‘república’ é preciso ter punch alto [piada boa]”, diz Nando Viana.
O quarteto diz que a convivência deles é como um time de futebol, onde todos se ajudam e até alguns deslizes são perdoados. É o caso, por exemplo, de Ventura que recentemente passou a se negar a lavar a louça. “O contrato de aluguel está em meu nome e eu pago as contas em dia. Só que eles demoram para me repassar o dinheiro da parte deles. Então, até receber, eu não lavo as minhas louças”, contou.

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