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Obras-primas saem de museus franceses para exposição em São Paulo

Roseane Aguirra

Do UOL, em São Paulo

29/04/2016 07h00

Não é preciso viajar a Paris para ver obras de Van Gogh, Gauguin, Cézanne e outros grandes mestres da pintura pós-impressionista. A partir do dia 4 de maio, 75 quadros vindos dos museus D'Orsay e L'Orangerie estarão em exposição gratuita no CCBB-SP.

"Tem obra que saiu da parede do museu, e quem for a Paris não vai poder ver a obra, pois ela está aqui", contou Roberta Saraiva, diretora da Expomus, que organiza a exposição brasileira, em entrevista ao UOL.

Como de costume no museu, a interação do público também é parte da visitação. Roberta explica que, logo na entrada, haverá uma área onde o público poderá tirar "selfies", mas não é só isso. "Tem uma instalação que apresenta o ciclo cromático, que eu acho que é bastante didática, que ensina o olhar, ensinar a ver".

Um fato curioso sobre a mostra é que o projeto expográfico, ou seja, o desenho do espaço onde as obras ficarão expostas, foi concebido pela brasileira Virginia Fienga, que trabalha no setor de arquitetura do D'Orsay e do L'Orangerie. A cor é o foco principal da mostra, dividida em quatro módulos, nos quatro andares do CCBB.

"A Italiana" (1887), de Vincent Van Gogh - Musée d'Orsay, Dist. RMN-Grand Palais / Patrice Schmidt - Musée d'Orsay, Dist. RMN-Grand Palais / Patrice Schmidt
"A Italiana" (1887), de Vincent Van Gogh
Imagem: Musée d'Orsay, Dist. RMN-Grand Palais / Patrice Schmidt
O primeiro, que tem como base os estudos sobre cores complementares do cientista Michel Eugene Chevreul, traz três obras de Van Gogh. "O Van Gogh que a gente está falando é de quando chega a Paris e vê a paleta de cores dos colegas", comenta Roberta, sobre a influência que os artistas parisienses teriam nas pinturas de Van Gogh. “Então a gente vê uma obra como ‘A Italiana’, com cores muito intensas, e tem também um vaso de flores extraordinário".

Com obras de Gauguin e Émile Bernard, o segundo módulo mostra pinturas com cores simbólicas e forte contorno nas silhuetas, retratando temas do campo e um universo poético.

O terceiro módulo tem como foco os nabis, ou os "profetas da nova arte", que incluía Maurice Denis, Félix Vallotton, Vuillard e Maillol. "Os nabis são um grupo de artistas que vai um pouco para o campo, uma pintura simbolista, tem ligação com a pintura japonesa, tem uma coisa lírica, uma pintura contemplativa", diz Roberta.

"Mulheres do Taiti", de Paul Gauguin - RMN-Grand Palais (Musée d'Orsay) - RMN-Grand Palais (Musée d'Orsay)
"Mulheres do Taiti", de Paul Gauguin
Imagem: RMN-Grand Palais (Musée d'Orsay)

No quarto e último módulo, o público poderá ver cores tropicais de Cézanne, inspirado na Provence e em “pleníssima forma”, segundo Roberta, e de Gauguin, inspirado no Taiti, com o "quadro chave" da exposição, "Mulheres do Taiti".

Apesar de pertencer ao impressionismo, Monet também aparece entre as obras. "Aqui a gente está falando de um Monet muito mais velho, com uma pintura mais solta, mais abstratizante, essa pintura é um marco de ligação das duas exposições", conta a diretora, citando a mostra "Impressionismo: Paris e a Modernidade", que esteve no museu em 2012.

Público no museu

Apesar do "bombardeamento" de informações e imagens, em um mundo cada mais vez mais digital, a diretora afirma que sempre existe espaço – e tempo – para uma visita ao museu. "A gente trabalha nisso, pois acredita que é transformador", diz. "Existe espaço para parar, olhar, refletir. E tem outro tempo de reflexão que uma experiência como essa impõe, naturalmente".

"Quem quer que vá, vai amar de primeira", afirma a diretora, categórica. "Essa é uma exposição linda, dos grandes mestres da pintura, é praticamente impossível passar incólume por uma exposição dessas".

Entrada gratuita e ferramentas de informação, como aplicativo, catálogo e monitores, ajudam a tornar mais acessíveis as obras clássicas, que seriam vistas apenas em território francês.

Para facilitar a entrada do público, o CCBB oferece agendamento virtual das visitas através do site Ingresso Rápido e pelo aplicativo do CCBB (disponível para Android e iOS). Assim, os visitantes poderão planejar o dia e horário do passeio e, principalmente, evitar filar.

Serviço

"O Triunfo da cor. O pós-impressionismo: obras-primas do Musée D'Orsay e do Musée de L'Orangerie"
Quando: De 4 de maio a 7 de julho de 2016
Visitação: Quarta-feira a segunda-feira, das 9h às 21h
Onde: CCBB- SP (Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo) - Rua Álvares Penteado, 112, centro, próximo ao metrô Sé
Agendamento online: opção de visitação com horário agendado pelo Ingresso Rápido, aplicativo "CCBB" (Apple Store e Google Play) e site bb.com.br/cultura, ou na bilheteria do CCBB, mediante disponibilidade
Estacionamento conveniado: Estapar Estacionamentos: Rua Santo Amaro, 272. Valor: R$ 15 pelo período de 5 horas. Necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB
Translado gratuito: Uma van faz o translado gratuito entre o estacionamento e o CCBB. No trajeto de volta, tem parada no Metrô República. Embarque e desembarque: na Rua Santo Amaro, 272 e na Rua da Quitanda, próximo à entrada do CCBB
Mais informações: http://culturabancodobrasil.com.br/portal/sao-paulo/