Exposição exibe 50 obras de Di Cavalcanti em galeria de São Paulo
Mais de 20 anos de produção do pintor modernista Di Cavalcanti serão retratados na mostra "Di Cavalcanti - Conquistador de Lirismos", na Galeria Almeida e Dale, aberta ao público a partir de sexta-feira (18). A exposição traz cerca de 50 obras, feitas entre 1925 a 1949, que abordam a cultura e o povo brasileiro.
Com curadoria de Denise Mattar e consultoria de Elisabeth Di Cavalcanti, o conjunto exposto conta com óleos sobre tela, aquarelas, guaches do artista.
Os anos de 1925 e 1949 são anos que marcaram o artista e o período entre os dois é considerado um tempo de amadurecimento em sua obra.
1925 foi o ano do retorno da primeira viagem à Europa, onde viveu por dois anos, em Paris, como jornalista. Na capital francesa, ele frequentou a Academia Ranson, conheceu Picasso, Matisse, visitou museus e exposições.
Já 1949, Di viajou ao México, quando teve contato com os pintores e muralistas mexicanos Diego Rivera (1886-1957) e José Orozco (1883-1949). A partir de 1950, Di também passou a realizar painéis e murais para a nova arquitetura modernista brasileira.
Pessoas comuns, das favelas, botecos, bordéis, festas populares e as mulheres – negras brancas, ricas ou pobres – são temas que aparecem em suas obras, no período entre as duas datas.
No dia 8 de abril, durante a feira SP-Arte, a galeria Almeida e Dale lançará o livro "Di Cavalcanti - Conquistador de Lirismos", com mais de 200 obras do artista.
O pintor
Emiliano de Albuquerque e Mello, mais conhecido como Di Cavalcanti, nasceu em 1897, no Rio de Janeiro. Filho de descendentes dos Cavalcanti da Paraíba, desde cedo adotou como seu nome artístico.
Com a morte do pai, em 1914, Di precisou trabalhar e não cursou a Escola Nacional de Belas Artes. O artista começou sua carreira por meio da imprensa, trabalhando como caricaturista e ilustrador. Com pouco dinheiro, mas boas referências, logo conseguiu se inserir no círculo dos intelectuais dos jornais de São Paulo e Rio, e se envolveu, inclusive, com a Semana de Arte Moderna de 1922.
Na década de 1930, Di teve seu trabalho interrompido por perseguições políticas. Em São Paulo, foi preso como getulista. No Rio, como comunista. Em 1936, conseguiu fugir para Paris, onde passou alguns anos antes de retornar ao Brasil, em 1940.
Serviço
Di Cavalcanti - Conquistador de Lirismos, na Galeria Almeida e Dale
Quando: Abertura para convidados dia 17 de março. Visitação: de 18 de março a 28 de maio.
De segunda a sexta, das 10h às 18h; sábados das 10h às 14h
Onde: Galeria Almeida e Dale - ruaCaconde, 152 - Jardim Paulista
Quanto: Gratuito
Mais informações: 11 3887-7130 / www.almeidaedale.com.br/
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