Intervenção urbana no rio Paraíba do Sul lembra vítimas da lama de Mariana
Um vídeo divulgado no Facebook na segunda-feira (28) de uma intervenção urbana feita por um grupo de atores de Barra Mansa, no Vale do Paraíba fluminense, em que eles aparecem homenageando as vítimas da lama de Mariana, foi visto em apenas dois dias quase 70 mil vezes.
A música, batizada de "Choro de Mariana", faz parte do momento final da montagem "A Margem (Que) Te Beira", que tem 35 minutos de duração e foi encenada pelas ruas da cidade. Para a produção e pesquisa sobre o Rio Paraíba do Sul, os atores fizeram 10 meses de estudos e práticas de improvisação. O "Choro de Mariana" foi criado e incluído no final, após o desastre em Minas Gerais.
Além da homenagem às vítimas, a intervenção também dialogou com as pessoas que circulam pelas margens do rio em Barra Mansa, como marginais, travestis, religiosos e usuários de drogas.
Os atores fazem parte de um curso promovido pelo Coletivo Teatral Sala Preta que estuda a utilização de espaços não convencionais. A direção foi de Rafael Crooz e co-direção Carla Marques. O elenco contou com Albinno Oliveira Grecco, Carla Marques, Erick Soares, Fabrício Junior, Gabriela Alm, Jessica Kelly, Matheus Andrade, Meli Dias e Paula Amaral.
Os alunos do curso Sala Preta organizaram uma homenagem ao Rio Doce e à todas as cidades atingidas pela irresponsabilidade em Minas. Confira.Vídeo de Brenda Coelho"O choro de Mariana" Letra: Erick Soares e Rafael CroozMúsica: Erick Soares O choro de Mariana Cruza ValadaresMinério e LamaInvadindo laresVou me cobrirCom lençol freáticoQue traz o barro do descaso do escárnio que a Samarco escarrou Rio das Pedras e Furquime o Rio do CarmoRibeirão TurvoE CachoeirinhaGualaxo do NorteTimóteo e IpatingaPedem perpétuo socorro pois o barro vem do morro e traz o lodo que ninguém mais desejou BariguiE Pedra CorridaBarra do CuietéVitória e ColatinaBaixo GuanduEm seu Resplendorelevam a dor de tantos anos que por tanto carregamosjá trazendo em sua corrente mercúrio, minério, enchenteque assola nossa gentede uma forma que o Bataclã não assolou Salve-nos oxumDevolva nossas águasE o sabor agridoceDe margens amargasE o rio doceFica na memóriaDa história de um povo que pensou que a vida fosse bem mais doce do que a Vale
calculou
Posted by Sala Preta on Segunda, 28 de dezembro de 2015
"Choro de Mariana"
Letra: Erick Soares e Rafael Crooz
Música: Erick Soares
O choro de Mariana
Cruza Valadares
Minério e Lama
Invadindo lares
Vou me cobrir
Com lençol freático
Que traz o barro do descaso do escárnio que a Samarco escarrou
Rio das Pedras e Furquim
e o Rio do Carmo
Ribeirão Turvo
E Cachoeirinha
Gualaxo do Norte
Timóteo e Ipatinga
Pedem perpétuo socorro pois o barro vem do morro e traz o lodo que ninguém mais desejou
Barigui
E Pedra Corrida
Barra do Cuieté
Vitória e Colatina
Baixo Guandu
Em seu Resplendor
elevam a dor de tantos anos que por tanto carregamos
já trazendo em sua corrente mercúrio, minério, enchente
que assola nossa gente
de uma forma que o Bataclã não assolou
Salve-nos oxum
Devolva nossas águas
E o sabor agridoce
De margens amargas
E o rio doce
Fica na memória
Da história de um povo que pensou que a vida fosse bem mais doce do que a Vale calculou
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