Topo

Autores de "Star Wars" explicam sucesso da saga: "Alcance sem limites"

Guilherme Solari

Do UOL, em São Paulo

05/12/2015 07h00

A Comic Con Experience reuniu, na noite desta sexta (4), dois mestres em "Star Wars" dignos do título de Jedi. Timothy Zahn é autor da lendária "Trilogia de Thrawn", formada por "Herdeiro do Império", "Ascensão da Força Sombria" e "Último Comando". São romances aclamados, lançados originalmente nos anos 1990, que dão continuidade à história de "Star Wars" para além dos três filmes originais.

Já Chris Taylor usa seus poderes da Força na não-ficção e escreveu "Como Star Wars Conquistou o Universo", uma verdadeira bíblia de tudo o que aconteceu por trás das telas na saga ambientada "há muito tempo atrás, em uma galáxia muito distante".

"O alcance de Star Wars parece não ter limites", disse Taylor. "Mesmo quem nunca assistiu aos filmes conhece o básico da trama. Sabe que existem sabres de luz, Jedis, Darth Vader e Yoda."

O próprio autor conheceu "Star Wars" antes de ver o filme, mas numa caixa de cereal matinal com uma história da saga, em 1978. Depois leu os quadrinhos e até estranhou quando viu que, nos longas, faltavam as falas "verdadeiras" que ele conhecia de cor das HQs.

Assista ao trailer de "Star Wars: O Despertar da Força"

UOL Entretenimento
Diversão para todas as idades

"Mas o grande segredo do sucesso pode ser resumido em uma palavra: diversão. "'Star Wars' é incrivelmente divertido para todas as idades, com diferenças muito claras entre os bons e os maus", destacou Taylor.

"'Star Wars' foi algo novo, heróico e divertido, que foi muito imitado desde então, mas [outras produções] nunca atingiram o mesmo sucesso", concordou Timothy Zahn. "Quando nós assistimos pela primeira vez, sentimos que era um lugar real no qual as pessoas viviam."

Durante o painel, Taylor também comentou sobre as mudanças posteriores de versões com mais efeitos especiais, considerados excessivos para muitos fãs da franquia. "Vemos Tatooine, aquele deserto vazio, e gostamos como se fosse um faroeste. Mas George Lucas [que criou a franquia no cinema] fala que tudo está vazio porque ele não tinha dinheiro para encher aquilo de monstros, que foi o que fez depois", contou.

"Fomos nós que vimos ali algo grandioso e melancólico, não [o cineasta] Lucas, e isso parece ser o que J.J. Abrams está retomando em 'O Despertar da Força'", acrescentou Taylor.

Ele também falou sobre como lidar foi com os três prólogos de "Star Wars": "A Ameaça Fantasma" (1999), "O Ataque dos Clones" (2002) e "A Vingança dos Sith" (2005). "Tenho um capítulo sobre os cinco estágios de mágoa com relação aos prólogos. Senti que foi um trauma muito grande para os fãs dessa época."

Segundo Taylor, durante a pesquisa para seu livro, ele descobriu que Lucas mudava frequentemente o que dizia ao longo dos anos, em diferentes entrevistas. "Ele muda retroativamente o tempo todo o que fala sobre a criação de 'Star Wars'. É um artista, um grande contador de histórias também nesse aspecto."

Outro ponto interessante apontado no livro de Taylor é como a força de "Star Wars" é o "merchandising". "Dos US$ 42 bilhões que ganharam com 'Star Wars', US$ 32 bilhões vieram de produtos licenciados. Só US$ 4 bilhões são de bilheteria. De certa forma, 'Star Wars' é um império de merchandising que também tem filmes."

Às vésperas do lançamento de "Star Wars: O Despertar da Força", no dia 17, ambos os autores estão confiantes de que a série ainda tem uma longa vida pela frente. Taylor defende que não é irreal pensar em novas sequências de "Star Wars" saindo daqui a cem anos, tamanha a força da franquia.

"Espero que sintamos a mesma empolgação com os novos filmes que estão por vir", disse Zahn. "Gostaria de ver uma história novamente do bem vencendo o mal, de famílias se reunindo contra um inimigo maior."