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Autora de "O Topo da Montanha" contesta ator branco no papel de Luther King

Taís Araujo e Lázaro Ramos em cena da peça "O Topo da Montanha", no Teatro Faap - Lenise Pinheiro/Folhapress
Taís Araujo e Lázaro Ramos em cena da peça "O Topo da Montanha", no Teatro Faap Imagem: Lenise Pinheiro/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

11/11/2015 00h45

Katori Hall, escritora de "O Topo da Montanha", premiada peça que retrata os últimos momentos da vida de Martin Luther King, reclamou de uma produção recente da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, que escolheu um ator branco para interpretar o ativista.

Em uma crítica enviada ao site The Root, Hall disse que a decisão escolher um ator branco para interpretar Luther King é um “desserviço não apenas para o ativista, mas para toda uma comunidade’.

Michael Oatman, diretor da peça de Ohio, escolheu um ator branco e outro negro para se revezarem no papel de Martin Luther King. Segundo ele, o objetivo dessa escolha foi para 'explorar a questão de propriedade racial e autencidade’.

"Eu queria ver o contraste, queria ver como as palavras soam vindo de dois atores diferentes, com duas origens raciais diferentes. O desejo de Luther King era de que fossemos julgados pelo nosso caráter, e não pela cor da nossa pele”, disse Oatman em um comunicado divulgado para a imprensa em agosto.

Em resposta à produção da Universidade de Ohio, Katori Hall acrescentou uma cláusula ao acordo de licenciamento da peça, exigindo a aprovação prévia do autor antes de qualquer diretor escolher um ator que não é negro para o papel de Luther King.

Escrita pela americana Katori Hall, "O Topo da Montanha" estreou em 2009 em Londres, e retrata os momentos derradeiros de King, logo após seu discurso "The Mountaintop" (o topo da montanha), numa igreja de Memphis, em 3 de abril de 1968 –ele seria morto no dia seguinte, aos 39 anos.

No Brasil, a peça está em cartaz no Teatro Faap, em São Paulo, e é protagonizada por Lázaro Ramos (Martin Luther King) e Taís Araújo (camareira Camae).