No lugar de Saviano, Flip anuncia jornalistas que cobrem guerra de cartéis
Para substituir o escritor italiano Roberto Saviano, que foi impedido de vir ao Brasil por questões de segurança, a Flip (Festa Literária de Paraty) convidou os jornalistas Ioan Grillo e Diego Osorno para compor a mesa 16, que passa a se chamar Jornalismo de Guerrilha, no sábado (4), às 19h30, na Tenda dos Autores. A mesa prestará um tributo a Roberto Saviano, que deveria ser o principal nome desta edição do evento.
O britânico Grillo e o mexicano Osorno são especializados na cobertura da guerra entre cartéis mexicanos de traficantes de drogas, que já resultou em mais de 80 mil mortos no México. A mediação ficará a cargo da antropóloga Paula Miraglia, convidada da Flip 2014. A discussão deve abordar assuntos como drogas, violência, degradação urbana a partir da criminalidade, entre outros temas. Segundo a organização, as difíceis condições para exercer o jornalismo hoje, em diversos países do mundo, também estarão entre os assuntos a serem tratados na mesa.
Quem já havia adquirido ingresso para a mesa com Saviano poderá utilizá-lo na nova atração da Flip. Quem optar pela devolução do ingresso e estiver em Paraty deve procurar a bilheteria na Tenda dos Autores antes do início da mesa. Os demais podem entrar em contato com a Tickets for Fun, pelo telefone (11) 4003-5588 – das 11h às 17h – ou sac@ticketsforfun.com.br. Após o início da mesa, não será admitida a devolução dos ingressos.
Sobre os autores
Nascido em Brighton, em 1973, o britânico Ioan Grillo participou desde 2001 de importantes coberturas na América Latina, como o terremoto no Haiti, as disputas políticas na Nicarágua e os problemas relativos à emigração mexicana para os EUA. Radicado na Cidade do México, publicou em 2011 o seu primeiro livro, “El Narco – Inside Mexico’s Criminal Insurgency”, com uma reportagem sobre a guerra entre os cartéis de traficantes de drogas. O livro teve ampla repercussão nos Estados Unidos, no Reino Unido e nos países hispânicos e foi finalista de prêmios como o George Orwell Prize.
Hoje, ele é correspondente-sênior do “GlobalPost” e das revistas “Time” e “Letras Libres”. Prepara o lançamento de “Gangster Warlords: Drug Dollars, Killing Fields and the New Politics of Latin America”, sobre quatro facções criminosas do continente: Los Caballeros Templarios (México), Shower Posse (Jamaica), Mara Salvatrucha (Honduras) e Comando Vermelho (Brasil).
Já o mexicano Diego Enrique Osorno, nascido em 1980 na cidade de Monterrey, publicou diversos livros de “crónicas” –como são conhecidas no mundo hispânico as reportagens de fôlego-- sobre os conflitos sociais no México, em especial a guerra dos cartéis de drogas: “Oaxaca Sitiada” (2007), “El Cártel de Sinaloa” (2009), “La Guerra de los Zetas” (2012), entre outros. Recebeu o Prêmio Latino-Americano de Jornalismo sobre Drogas, o Prêmio Internacional de Jornalismo, por ocasião dos 35 anos da revista mexicana “Proceso”, e foi selecionado pela FNPI (Fundação Gabriel García Márquez) entre os Nuevos Cronistas de Indias, grupo que reúne a elite do jornalismo narrativo latino-americano. Integrou a comissão da verdade sobre violações de direitos humanos em Oaxaca. Dirige a revista semanal El Barrio Antiguo, voltado para “o renascimento de Monterrey a partir de uma visão cidadã e através do jornalismo narrativo”.
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