Caetano Veloso fecha Virada Cultural 2015 em show marcado por protestos
Não faltaram mensagens de protesto do público no show de Caetano Veloso, que encerrou na noite deste domingo (21) a Virada Cultural 2015 de São Paulo no palco Júlio Prestes. Faixas que abordavam desde boicote a Israel até manifestações contra maioridade penal circulavam pelas mãos da plateia, a maior do evento neste ano.
Uma enorme bandeira da Palestina passou de mão em mão até chegar próximo do palco, numa reação ao show marcado pelo cantor junto com Gilberto Gil em Israel. Em uma Virada politizada com artistas protestando nos shows, nada mais natural que Caetano também engrossasse o coro. O cantor, no entanto, viu, mas não reagiu -- até chegar ao final do show: "Quero apenas dizer para os que pedem 'Israel, não' que eu digo 'Palestina, sim'. Esse debate é improdutivo. Palestina, sim". A frase dele vem em resposta ao ex-Pink Floyd Roger Waters, que pediu que Caetano e Gil desistissem do show que farão em Tel Aviv, em julho.
Com dez minutos de atraso e contagem regressiva, Caetano subiu ao palco cantando "A Bossa Nova é Foda" para o maior público da Virada. "Muito feliz em estar em São Paulo, fazer o último show aqui. Para nossa história, isso vale muito", disse o cantor sobre também terminar a turnê "Abraçaço", que começou em 2013.
Caetano também entregou suas "sambadinhas" e a camisa aberta em "De Noite na Cama"-- tudo como manda o roteiro da turnê, que ele apresentou em versão resumida na Virada. A canção política "Um Comunista", sobre o guerrilheiro Carlos Marighela, por exemplo, foi limada do setlist.
Ao voltar para o bis, Caetano também não fugiu da expectativa e tocou "Sampa", sua canção para a cidade de São Paulo, sobre a beleza e o caos da capital. A música, tocada apenas no violão, com a história estação Julio Prestes ao fundo, foi a imagem que fechou a Virada Cultural 2015.
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