Centro atingiu limite de público, diz secretário sobre Virada na periferia
Com palcos ao ar livre instalados na periferia de São Paulo pela primeira vez desde que foi criada, a Virada Cultural 2015 pretende desafogar a concentração de pessoas na região central. "A gente avalia que atingiu o limite de capacidade de público no centro, então tivemos que abrir outras frentes. Essa é uma demanda geral da cidade, São Paulo é muito grande. A cultura e os direitos sociais precisam se espalhar, e não ficar concentrados em um único lugar", disse o secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki, em entrevista ao UOL.
Além de ser realizado em 14 unidades do Sesc (Serviço Social do Comércio) em diferentes regiões da capital e em CEUs (Centros Educacionais Unificados) de bairros como Heliópolis, na zona sul, e São Miguel Paulista, na zona leste, o evento --que ocorre das 18h de sábado (20) até as 18h de domingo --ganhou palcos externos na Brasilândia (zona norte), Capela do Socorro (zona sul), Vila Prudente (zona leste) e em Cidade Tiradentes (zona leste). Esses quatro locais, porém, não terão programação 24h.
Já lugares como os CEUs e o Mercado Municipal de Pirituba, por exemplo, vão virar a madrugada de sábado para domingo com atrações gratuitas. "Quando vemos o mapa da Virada, está quase meio a meio entre o centro e a periferia. Ao todo, temos 33 espaços com atividades fora do centro histórico: dez na zona leste, oito na oeste, oito na sul e sete na norte”, enumera o secretário.
Em relação à segurança desses palcos mais afastados, Bonduki ressalta que se reuniu com o comandante da Polícia Militar da capital, coronel Reinaldo Zychan, para estudar essa questão. "A PM está fazendo o planejamento da segurança, e até esta quinta-feira (18) terá uma definição. Boa parte desses espaços, porém, exige menos preocupação que o centro, porque nem todos eles vão virar a noite".
De acordo com Bonduki, além dos 2.000 guardas civis metropolitanos que vão atuar durante a Virada Cultural, a PM deve ter o maior contingente de todas as edições do evento --em 2014, foram deslocados 3.700 policiais militares para garantir a segurança nas 24h de programação. Além disso, a SPTuris fica responsável pela segurança privada dos shows, em áreas como a frente dos palcos e o backstage.
O secretário afirma, ainda, que haverá shows de peso em todas as regiões da cidade, além de artistas locais e bandas em início de carreira. Entre os destaques da Virada na periferia --a maioria, parte do projeto Funk SP--, estão as apresentações do cantor Belo (sábado, às 21h, no Palco Brasilândia), que substitui a funkeira Anitta; de Naldo Benny (domingo, às 21h, na Vila Prudente, zona leste), da MC Ludmilla (domingo, às 9h, no largo do Arouche, centro, e domingo, às 18h, em Cidade Tiradentes, zona leste), dos grupos de pagode Jeito Moleque (domingo, às 21h, em Cidade Tiradentes, zona leste) e Raça Negra (sábado, às 21h, na Capela do Socorro, zona sul), do grupo de funk Batalha do Passinho (domingo, às 15h, na Vila Curuçá, zona leste), do MC Garden (domingo, às 16h, em Heliópolis) e dos rappers Rashid (domingo, às 17h, na Ocupação Sesc Parque Dom Pedro II, centro) e Rael (domingo, às 18h, no CEU Pêra Marmelo, zona norte).
Mais uma opção nos bairros
Segundo o secretário de Promoção da Igualdade Racial da cidade, Antonio Pinto, que coordena o Funk SP desde 2014, a intenção da Virada na periferia não é evitar que as pessoas se desloquem para o centro, mas, sim, oferecer "mais uma alternativa ao cidadão que preferir ficar no seu bairro, com atividades culturais e de lazer". "Queremos garantir o acesso a um público maior, e não impedir ninguém de ir para o centro. Tanto que haverá reforço no transporte noturno de ônibus, as pessoas ficarão livres [para escolher]", destaca Pinto.
Além de grupos de funk, haverá atrações de vários outros gêneros musicais, como samba, pagode, hip-hop, reggae e cultura afro, acrescenta o secretário da Igualdade Racial. Ele diz que seu maior sonho é realizar a Virada Cultural em toda a capital paulista. "Mas isso ainda depende de orçamento, logística. Não conheço nenhum outro evento público-privado em toda a América com essa dimensão. Talvez só em Paris, com a Fête de la Musique".
Criado em abril do ano passado, o projeto Funk SP busca organizar os pancadões de rua para que “meninos e meninas entendam o direito deles à diversão, mas também o da população a descanso e paz”. “Queremos um diálogo para fazer essas festas de forma articulada, dentro de certas regras”, explica o secretário, que promete, logo após a Virada, um novo site para o projeto e a programação completa de atividades até o fim do ano.
Veja as principais atrações da Virada Cultural na periferia de São Paulo:
Palco Brasilândia
Avenida Inajar de Souza, 600, Vila Rica, zona norte
Dia 20
10h - DJ Mauricio Black Mad
13h - Picadeiro Cultural
14h - Kleber Capitania
15h - MC Thales
16h - Grupo Balaio de Gato
17h - Banda Projeto Vinil
18h - Grupo Sensação
19h - Fabio Luiz e Banda
20h - Carica e Banda Caricatura
21h - Belo
CCJ (Centro Cultural da Juventude)
Avenida Deputado Emílio Carlos, 3641, Vila Nova Cachoeirinha, zona norte
Dia 21
12h - Nina Capelly
13h - MC Kevinho
14h - MC Garden
15h - Detona Funk
Vila Prudente
Rua Erva Imperial, 340, zona leste
Dia 21
10h - DJ Lameza
13h - MC Bita
14h - MC Bielzinho
15h - MC Roh
16h - MC Dan PH
17h - MC Deco
18h - MC Kapela
19h - Grupo Malicia
20h - Grupo É D Mais
21h - Naldo Benny
Cidade Tiradentes
Avenida dos Metalúrgicos, próximo ao Terminal Velho, zona leste
Dia 21
10h - DJ Tecyo Queiroz
13h - MC Rickizinho
14h - MC Hilquinhas
15h - MC Neguinho da 7 e MC GS
16h - MC LD
16h30 - MC da Vibe
17h - Banda Caminho Suave
18h - Ludmilla
19h - Gabriel Lopes
20h - Grupo Sentimento Nobre
21h - Jeito Moleque
Palco Capela Socorro
Praça João Beiçola, zona sul
Dia 20
14h - DJ Moreno
15h - MC Sarma
16h - DJ Xenon
17h - MC Boladinho
18h - DJ Samuka
19h - Oficina do Samba
20h - MC Bola
21h - Grupo Raça Negra
CEU Pêra Marmelo
Rua Pêra Marmelo, 226, Jardim Santa Lucrécia, zona norte
Dia 20
19h - Em Pé de Passagem
20h - Dinho Nascimento
21h - Produto do Mundo
22h - Mulher no Hip Hop
23h - Extremo Leste Cartel
Dia 21
9h - Cia Palavras Andantes - Um Mar de Histórias
10h - Zumba Amigos da ZN
11h - Os Waldicks
12h - Marvins
13h - Ualdo & Coletivo Sambarock
14h - Ambulantes
15h - Mano Merenda
17h - Odisseia das Flores
18h - Rael
CEU Heliópolis
Estrada das Lágrimas, 2385, São João Clímaco, zona sul
Dia 20
19h - Yadah Shabah
20h - Violeiros: Zeca Collares, Minerin e Guê Oliveira, Trio Tamoyo e Osni Ribeiro
21h - Grupo Kussundé
22h - Comunidade Samba da Laje
Dia 21
10h - Trupe Trupê
11h - Cínica Cia
12h - Gê de Lima
13h - Suburbano Convicto
14h - Cauê Procópio & Banda
16h - MC Garden
CEU Vila Curuçá
Avenida Marechal Tito, 3400, Vila Curuçá, zona leste
Dia 20
18h - Família Nada Consta
19h - Periferia Invisível
20h - Poder Bélico da Favela
21h - Tita Reis
22h - Pretologia
23h - Batucafro
Dia 21
9h - José da Silva Matos
11h - Quarteto Pizindim
13h - Cia. Casa de Maria
14h - Prodígio
15h - Batalha do Passinho
16h - Leões de Israel
17h - Lethícia Soares
18h - Planta e Raiz
Ocupação Sesc Parque Dom Pedro II - Praça São Vito, s/n, centro
Dia 21
17h - Rashid
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