Musical "Lisbela e o Prisioneiro" terá canções de Zé Ramalho e Pixinguinha
Depois de ser adaptado para o cinema e TV, a obra “Lisbela e o Prisioneiro”, do pernambucano Osman Lins, vai virar musical. A transposição para os palcos, no entanto, não terá nada a ver com o filme de 2003, dirigido por Guel Arraes. De acordo com a diretora Ligia Paula Machado (que também interpreta a protagonista), o musical será como uma fábula. “Nos palcos, o livro ganhou um ar de circo mambembe”, disse a atriz, que conversou com a reportagem do UOL no intervalo do ensaio da peça, em um teatro em São Bernardo do Campo. Ligia divide a direção com Dan Rosseto.
O musical tem previsão de estreia para 10 de abril, no teatro Nair Bello, em São Paulo, e vai recriar no palco os espaços circenses itinerantes do século passado, como trapézio, lyra, tecido acrobático, corda indiana, malabares, mágica e acrobacias de solo. “Nosso objetivo não é produzir um musical idêntico ao da Broadway no Brasil. Estamos criando um legítimo teatro musical brasileiro, que é original e com referências à nossa cultura”, disse a produtora Francisca Braga, responsável pela adaptação do livro de 1964.
Para ajudar a contar a história de amor entre Lisbela e Leléu, serão usadas canções dos artistas brasileiros como Zé Ramalho, Pixinguinha, Dominguinhos, Filipe Catto, Caetano Veloso e João Pernambuco. Todas as faixas ganharam uma nova roupagem por meio da direção musical de Dyonisio Moreno. “As músicas têm uma mensagem poética que servem à obra. Cada uma delas tinha um estilo diferente e eu criei uma unidade estética e orgânica para elas. É uma unidade dentro da diversidade”, explicou Dyonisio. No palco, oito músicos tocarão as faixas ao vivo usando percussão, contra-baixo, guitarra, piano, violino, flauta, sax-soprano e acordeão.

Para a montagem em São Paulo, a peça, que terá 1h45 de duração, contou com um orçamento de R$ 800 mil. A montagem também deverá circular pelo Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Ligia faz um alerta aos fãs do livro. “Não vá assistir achando que se trata de uma adaptação dos cinemas para o teatro. Fomos buscar nossa inspiração diretamente no livro”.
A produtora Francisca Braga comentou que a montagem é ousada. “Um passo para frente e a montagem seria exagerada. Um passo para trás, cairíamos no óbvio. Estamos no limite”, explicou. A julgar pelo ensaio, acompanhado pela reportagem do UOL, de óbvio o musical não terá nada.
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