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"Orgulho e Preconceito" vira musical com canções de Chitãozinho e Xororó

Adriana Del Claro e Luciano Andrey acertam a curadoria com Chitãozinho e Xororó Imagem: Vanessa Rodrigues/Divulgação

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

17/03/2015 07h00

O clássico da literatura britânica “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen, publicado em 1813, já foi adaptado várias vezes para o cinema, teatro, TV e inspirou outras obras literárias, inclusive um apocalipse zumbi. Um dos motivos para tanto sucesso é a atemporalidade da história de amor entre Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy, ambientada em uma Inglaterra rural do século 19, mas que poderia acontecer em qualquer época e lugar. 

Por isso, não é de se estranhar que o livro tenha ganhado uma versão caipira à moda brasileira. Moda de viola, vale destacar. Trata-se do musical “Nuvem de Lágrimas”, que usará as músicas de Chitãozinho e Xororó para retratar o romance entre Bete e Darcy em algum rincão do interior do Brasil. 
 
De autoria de Anna Toledo, com direção de Tania Nardini e Luciano Andrey, o musical está em fase de audição e terá a dupla Chitãozinho e Xororó como curadores. “A ideia surgiu em uma conversa com o publicitário Roberto Borges”, lembra Andrey ao UOL. “Sempre quis fazer um musical sertanejo porque minha mãe é cantora de moda de viola. A ideia pareceu maluca no começo, mas sabíamos que poderia dar certo se convidássemos Anna Toledo para escrever a história”, completa.
 
Luciano ganhou destaque recentemente ao interpretar Mitzi, o protagonista no musical "Priscilla, Rainha do Deserto". Já Tania Nardini é uma das diretoras associadas do musical "Chicago", responsável por coordenar sua montagem em países como Coreia do Sul, Inglaterra, Rússia e Alemanha. A produção é de William Crunfli e Adriana Del Claro, da Move Concerts, em parceria com a Livre Entretenimento, da qual Andrey é um dos proprietários.
 
Homenagem
 
O objetivo, segundo Luciano, é fazer uma homenagem à dupla Chitãozinho e Xororó mas sem ser um tributo. “Não vamos contar a história da dupla. Não será um musical do tipo que conta a vida de artistas, como foi o do Cazuza, Elis, Cássia Eller ou Tim Maia. O objetivo é usar as músicas para ajudar a contar a história de Jane Austen. As músicas fazem parte da dramaturgia”, explica. “As letras da dupla são contundentes. Representam perfeitamente o universo rural do país”.
 
O repertório terá 22 canções de todas as fases dos sertanejos. Até o momento já estão confirmadas as faixas “Evidências”, “Nuvem de Lágrimas”, “Fio de Cabelo” e “Galopeira”. Com um orçamento de R$ 7,5 milhões, o projeto foi aprovado na Lei Rouanet e tem previsão de estreia para setembro deste ano na inauguração do Teatro Villa Lobos, dentro do Shopping Villa Lobos, no Alto de Pinheiros, em São Paulo. 
 
Quando as audições acabarem, no final de abril, Andrey prevê um elenco final de 25 pessoas. Os ensaios deverão começar em julho. “O musical deverá contar com uma orquestra que deixará as canções de Chitãozinho e Xororó com arranjos um pouco diferentes, mas sem perder suas características”, explica Andrey. O espetáculo contará com solos, duetos e números de coro, envolvendo interpretação, canto e dança.
 
O musical contará a história de amor entre Bete Borba, filha de caminhoneiro que quer ser cantora, e Darcy, um advogado arrogante de origem humilde que subiu na vida, mas que também mantém o desejo secreto de se tornar músico. “Muita gente não percebe, mas a maioria dos musicais da Broadway foram inspirados em grandes clássicos”, observa Luciano. “‘West Side Story’ é ‘Romeu e Julieta’. ‘Rei Leão’ é ‘Hamlet’. São clássicos revisitados. Assim como estamos fazendo com Jane Austen e Chitãozinho e Xororó”.
 

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