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Corpo da artista plástica Tomie Ohtake será cremado em Itapecerica da Serra

Do UOL, em São Paulo

13/02/2015 15h39

Após o velório aberto ao público, que aconteceu na manhã desta sexta-feira (13), em São Paulo, o corpo da artista plástica Tomie Ohtake segue para Itapecerica da Serra, município de São Paulo, onde será cremado no Horto da Paz. A cerimônia será restrita à família. Tomie estava internada no hospital Sírio Libanês desde o dia 2 de fevereiro. Ela receberia alta no dia 10, mas engasgou com um gole de café, teve bronco-aspiração e, em seguida, parada cardíaca.

O caixão da artista plástica saiu do instituto que levava seu nome, na zona oeste da capital, onde foi o velório, sob aplausos. Entre os nomes que prestigiaram a despedida estavam o governador do Estado, Geraldo Alckmin, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha e Arthur Nestrovski, diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.

Trajetória da artista

Conhecida pelo abstracionismo informal, pelo cromatismo vivaz e por suas esculturas públicas em grandes dimensões, a artista participou de oito edições da Bienal de São Paulo e pintou até o final da vida.  Deixa dois filhos - o arquiteto Ruy Ohtake e o administrador cultural Ricardo Ohtake, que estavam em sua presença quando ela morreu - além de um prestigiado instituto de arte contemporânea que leva seu nome.

Tomie tornou-se amplamente conhecida pelas esculturas públicas em grandes dimensões, _são cerca de 30, espalhadas pelas principais cidades brasileiras. Em São Paulo, destacam-se os grandes painéis que fez para a Estação Consolação do Metrô, o Monumento à Imigração Japonesa na avenida 23 de Maio e as esculturas em diferentes pontos da Cidade Universitária.

De sua autoria também estão o painel em tapeçaria de 800 m² localizado no auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina. Este painel, que foi parcialmente destruído em um incêndio em 2013, estava sendo restaurado pela artista.

Nascida em Kioto, no Japão, Tomie foi educada para ser dona de casa. Em 1936, viajou ao Brasil para visitar um irmão, mas acabou se casando com o engenheiro agrônomo Ushio Ohtake (morto em 1977) e se estabelecendo no bairro paulistano da Mooca.  Foi apenas aos 39 anos, com os filhos já crescidos, que começou a pintar, montando e desmontando seu cavalete em um espaço diminuto da sala de jantar.

Em 1953, integrou o Grupo Seibi, formado pelos artistas de origem nipônica Manabu Mabe, Tikashi Fukushima, Flavio Shiró e Tadashi Kaminagai, mas seu trabalho só viria se a tornar conhecido a partir dos anos 1960.

Neste período, naturalizou-se brasileira e afirmou-se como artista devido a seu estudo das relações entre forma e cor que marcaria toda sua carreira, passeando entre formas ovais, quadradas, retangulares e cruciformes.