Bienal do Livro de São Paulo deve ter "estrutura de show de rock"
Com o tema “Diversão, Cultura e Interatividade: Tudo Junto e Misturado”, a Bienal do Livro de São Paulo terá, pela primeira vez, a curadoria da programação dividida entre a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sesc e “estrutura de show de rock”.
Os detalhes do evento, que acontece no pavilhão de exposições do Anhembi entre os dias 22 e 31 de agosto, foram anunciados em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (14). Na fala de abertura, Karine Pansa, presidente da CBL, destacou que a programação do evento tem como objetivo fazer da Bienal “algo além de uma feira”. Também enfatizou que será possível utilizar o vale cultura tanto na compra de ingressos quanto na compra de livros.
Já Paulo Octavio Pereira, vice-presidente da empresa Reed Exhibitions Alcantara Machado, empresa responsável pela organização geral e divulgação da Bienal, revelou que, neste ano, a venda on-line de ingressos aumentou 20 vezes, sendo que o público esperado é de pelo menos 700 mil visitantes. Pelo tamanho do público, ele disse que o evento terá “estrutura de show de rock”.
“Na edição passada, tivemos 750 mil pessoas, sendo que, num sábado, foram 102 mil pessoas. Há uma questão física do espaço, que dificulta comportar toda a população”, disse Karine Pansa, que lembrou que, em 2012, houve caravanas vindas de outros Estados. “Teremos que nos preparar, pois a capacidade máxima por dia do pavilhão é de 100 mil visitantes”, observou.
Sobre os autores internacionais que estarão no evento, a presidente da CBL afirmou que a escolha deles foi feita com base em em lista dos mais vendidos, sugestões do público, das editoras que trabalharam em conjunto com o Sesc e tendências literárias. “Tudo isso foi levado em conta. Então, teve uma participação forte do público e das editoras nessa decisão”, disse Pansa, ressaltando que o evento busca uma “simbiose entre o que o mercado lê e o que os curadores gostariam que as pessoas lessem”.
Menos expositores estrangeiros
A Bienal, no entanto, teve uma diminuição de expositores internacionais. Serão 75, enquanto na edição de 2012 foram 134. Pansa não vê razão específica para essa diminuição, mas observa que haverá uma participação maior nos negócios, citando um espaço chamado Brazilian Publishers, com ênfase em negociações internacionais.
“Neste ano, eu tenho, com certeza, mais visitantes internacionais, apesar de ter menos expositores. Expositor internacional não tem muito. Por que ficar vendendo livros de sua própria língua em nossa feira?”, questiona a presidente da CBL, que ressalta a vinda de “uma grande comitiva da França”, já que o Brasil será tema do Salão do Livro de Paris em 2015.
“A Bienal surge como uma maneira de disseminar a leitura e autores nacionais, mas, de alguma forma, começou pela iniciativa de editores que queriam chegar até o público, o que foi crescendo. Então, o lado comercial sempre existiu. O que mudou efetivamente na nossa idealização é mostrar que o livro pode ir muito além da leitura e do encontro com o autor. O livro pode permear diversas outras situações culturais. Então, [a Bienal] continua sendo um lugar para comprar livros, ver catálogos, lançamentos, mas também vai além disso. Tínhamos que mostrar por que ir à Bienal comprar um livro se isso pode ser feito pela internet. Então, há a conexão de vários programas em um só” disse Pansa,
Estudantes
Segundo Paulo Octavio Pereira, da Reed, na última edição, a Bienal recebeu 85 mil estudantes. Neste, são esperados 120 mil, o que corresponde a um crescimento de 42%. Serão quase 3.000 ônibus de alunos da rede de ensino, cerca de 600 por dia. O vice-presidente da Reed lembrou a importância dessa quantidade de crianças no evento para a formação de leitores e citou “a memória positiva que uma visita à Bienal pode deixar”.
A organização ressaltou ainda que 25 mil crianças receberão o vale cultura da Secretaria Municipal da Educação, no valor de R$ 10, cada. Foram cadastradas 2048 escolas.
Para chegar ao evento, o público contará com transporte gratuito diariamente a partir do Terminal Rodoviário do Tietê. Nos finais de semana, o serviço também será oferecido no Terminal Rodoviário da Barra Funda.
Depois da Bienal, diversos debates serão levados para outras unidades do Sesc no Estado, principalmente com os participantes estrangeiros.
Os espaços
Nesta edição, a Bienal do Livro contará com 186 autores nacionais e 22 internacionais. Ela será dividida em sete espaços. Um deles é o Arena Cultural, destinado aos autores best sellers, como Harlan Coben, Cassandra Clare, Ken Follet, Sally Gardner, Kiara Cass, Hugh Howey, Mário Sergio Cortella, Paulo César Araújo e Eduardo Spohr.
O evento contará ainda com o espaço Cozinhando com Palavras, que reunirá importantes nomes da gastronomia; o Escola do Livro, que terá uma programação que visa qualificar profissionais do segmento; o São de Ideias, para discussões, e o Imaginário, destinado a jovens e crianças.
Segundo André Boccato, chef de cozinha e dono da editora Boccato, que publica livros de gastronomia, no Cozinhando com Palavras haverá uma homenagem ao escritor Rubem Alves, morto em julho deste ano. Segundo o editor, Rubem cozinhava muito bem, “especialmente sopa” e fazia saraus gastronômicos. No espaço, será reproduzida uma receita dele.
Outros escritores mortos recentemente, João Ubaldo Ribeiro, Ariano Suassuna e Ivan Junqueira, porém, não deverão ganhar homenagem na Bienal, pois, de acordo com Francis Manzoni, do departamento cultural do Sesc, a programação já estava fechada quando eles morreram. “Como as mortes foram muito recentes, não foi possível incorporar à programação de forma organizada”, disse Manzoni.
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