Jornalista, poeta e membro da ABL, Ivan Junqueira morre aos 79 anos
O jornalista, poeta e tradutor Ivan Junqueira morreu neste quinta-feira (3), aos 79 anos, de insuficiência respiratória. Segundo a Academia Brasileira de Letras (ABL), Junqueira estava internado há mais de um mês, no Hospital Pró-Cardíaco, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro.
Membro da Academia Brasileira de Letras, o acadêmico ocupava a cadeira 37 desde 2000, que antes pertencia ao poeta João Cabral de Melo Neto.
O corpo do poeta está sendo velado no Salão dos Poetas Românticos, na própria ABL. O sepultamento está marcado para acontecer às 15h, quando o corpo será levado ao mausoléu da ABL, no Cemitério São João Batista, em Botafogo.
O Presidente da ABL, o acadêmico Geraldo Holanda Cavalcanti, lamentou a morte e determinou luto de três dias. “A morte do Acadêmico Ivan Junqueira é uma grande perda para a Academia. Acadêmico exemplar, Ivan engrandeceu a Casa à qual serviu durante 14 anos com exação, competência e dedicação. Grande poeta, mestre indiscutível nas artes do ensaio crítico e da tradução literária, Ivan deixa um legado que enriquece a nossa tradição e a história literária do Brasil”.
Livros inéditos e relançamentos
Ex-Presidente da Academia Brasileira de Letras, o poeta completaria 80 anos em 3 de novembro. Em comemoração, a Editora Rocco anunciou o lançamento de dois livros inédito do escritor: “Essa música”, de poesias, e “Reflexos do sol-posto”, coletânea de ensaios, em outubro.
Para celebrar seu trabalho como tradutor, a Editora Nova Fronteira vai relançar a edição de bolso da premiada tradução dos poemas de T. S. Eliot, de 1981. Outras obras de Ivan Junqueira, como “O outro lado “(poesia, Record) e Testamento de Pasárgada (Global), antologia crítica sobre Manuel Bandeira, também ganharão novas edições.
Trajetória
Nascido no Rio de Janeiro, no dia 3 de novembro de 1934, Ivan Junqueira ingressou nas faculdades de Medicina e de Filosofia da então Universidade do Brasil, onde foi professor de História da Filosofia e de Filosofia da Natureza.
Em 1963, começou a trabalhar também como jornalista nas funções de redator e de subeditor dos jornais Tribuna da Imprensa, Correio da Manhã, Jornal do Brasil e O Globo, além de ter sido editor executivo da revista Poesia Sempre, da Fundação Biblioteca Nacional.
Em 23 de junho de 2005, recebeu a Medalha de Richelieu, a mais alta condecoração da instituição francesa Académie Française. Sua poesia já foi traduzida para o espanhol, alemão, francês, inglês, italiano, dinamarquês, russo, turco, búlgaro, esloveno, provençal, croata e chinês.
Ivan Junqueira deixa viúva a jornalista e escritora Cecília Costa Junqueira e cinco filhos: Suzana, Rafael, Raquel e Eduardo, do primeiro casamento, e Otávio, com a atual mulher.
Como funciona a ABL
Com a morte de Ivan Junqueira, a cadeira 37 da ABL estará vazia. Apenas após a Sessão de Saudade, cerimônia tradicional que acontece dias depois da morte do antigo ocupante, a cadeira estará oficialmente vaga e, assim, aberta a candidatos.
As inscrições ficam abertas por um mês. Com os nomes oficializados, cada candidato terá dois meses para viabilizarem sua eleição.
Qualquer brasileiro que tenha escrito um livro pode se candidatar a vaga.
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