Amor por "Star Wars" é como nos filmes: passa de "Jedi" para "Padawan"
Quem conhece a saga “Guerra nas Estrelas” sabe que os Jedis são responsáveis por treinar os Padawans, crianças que manifestam a Força, mas que ainda não sabem controlá-la. E na vida real, quem são os responsáveis por manter viva a história de Darth Vader, Luke Skywalker, Yoda, Chewbacca e tantos outros dos míticos personagens criados por George Lucas?
A reportagem do UOL descobriu que esta tradição tem atravessado gerações por diversos meios: há os pais que atuam como verdadeiros Jedis levando o conhecimento a seus pequenos Padawans, mas há também uma prolífica indústria de brinquedos baseados na série que desperta o interesse das crianças pelos filmes a ponto de eles saberem mais sobre a série que seus pais.
Este é o caso de Sergio Salomão, 40, que levou seu filho Arthur, 9, para assistir à maratona Star Wars Run, nos arredores do Memorial da América Latina, na madrugada deste domingo (4). A data é quando se celebra mundialmente o Star Wars Day.
“Eu gostava, mas não era fã. Fiquei fã por causa dele. E ele ficou fã por causa de um tio que emprestou a coleção de filmes há oito meses”, conta Salomão, pouco antes de ser interrompido pelo filho que faz questão de dizer que tem cinco sabres de luz, “inclusive um do Darth Maul, que tem duas pontas”.
O designer Rodrigo Motta, 34, de Campina Grande na Paraíba, também é um dos que se tornou o Padawan do filho quando o assunto é “Star Wars”.
“Foi o primeiro filme que eu assisti à noite na TV, porque na época eu tinha que ir dormir cedo. Eu tinha uns cinco ou seis anos e vi o Yoda em algum lugar, por isso quis ver o filme. Sinceramente não pensei que o Roan [seu filho de 7 anos] teria tanto interesse, mas hoje ele sabe mais que eu. Ele que é meu Jedi”, brinca.
A influência do pai teve peso na paixão do filho, mas não foi fator decisivo. Motta, que desenvolve jogos eletrônicos, estava preocupado com a falta de interesse do menino pelos videogames que ele lhe apresentava. “Pensei que meu filho não ia gostar de jogar videogame, fiquei preocupado. Aí comprei o jogo ‘Lego Batman’ e ele adorou. Aí vieram os ‘Lego Star Wars’ e ele pediu para ver os filmes. Até as festas de aniversário dele tem essa temática agora.”
Caso semelhante ocorreu com o pequeno Rafael Alves Kuntz, 5, que se identificou à reportagem como Anakin Skywalker, embora usasse um máscara sonora de Darth Vader que reproduz o som da respiração do vilão. “Só quando crescer vou ser o Darth Vader, por enquanto eu sou o Anakin.”
O pai do garoto conta que ele descobriu a série por causa do jogo “Angry Birds Star Wars”. “Ele disse que o ‘Star Wars’ estava copiando o ‘Angry Birds’, aí contei que o filme tinha vindo antes e nós assistimos juntos. Desde então já gastei mais de R$ 1.500. Só sabres de luz já foram três.”
“Ninguém resiste aos sabres de luz”
Foi com essa frase que o designer Rodrigo Teixeira, 42, explicou o que, em sua opinião, despertou o interesse do filho Francisco, 12, pela saga de “Guerra nas Estrelas”.
“A primeira vez que ele viu foi com seis ou sete anos. Ele nem tinha muita noção do que era, mas quando ele viu o sabre de luz, os olhos brilharam. Ninguém resiste aos sabres de luz.”
Hoje em dia, o interesse de Francisco é mais abrangente. Quase filosófico. “Eu gosto por causa da fantasia, de ser um mundo diferente da realidade. Gosto do Luke, o menino que não era nada e salva o universo. E gosto muito da amizade do Han Solo com o Chewbacca. Eles são inseparáveis, mesmo sendo tão diferentes.”
Outra curiosidade nesta relação de pai e filho com a série está no fato de o menino preferir os filmes da primeira trilogia [Episódio 4: “Uma Nova Esperança”, Episódio 5: “O Império Contra-Ataca”, Episódio 6: “O Retorno de Jedi”], apesar dos efeitos especiais precários da época.
“Acho legal que os efeitos não são tão perfeitos, porque me ajuda a imaginar mais que é um mundo diferente do nosso. Os efeitos de hoje parecem demais com a realidade. Além disso, eles mostram como eram os melhores efeitos de uma época que eu não conheci”, diz Francisco com bastante eloquência.
“Foi uma coisa da nossa geração, não foi algo que herdei do meu pai, ao contrário, eu passei isso para o meu pai. Acho que o ‘Star Wars’ da geração do Francisco vai ser o ‘Harry Potter’”, especula o pai do garoto.
Ao fim de todas as entrevistas, tanto pais quanto filhos revelaram uma ansiedade em assistir pela primeira vez juntos e no cinema a uma estreia da série, o episódio 7, que já está em produção.
O filme trará os atores Harrison Ford, Carrie Fischer e Mark Hammil interpretando novamente Han Solo, a princesa Leia e Luke Skywalker, que hoje estão mais velhos. Os heróis agora serão seus filhos. E assim a tradição vai se renovando em uma galáxia não muito distante.
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