Polêmico escritor de não ficção, Joe McGinniss morre aos 71 anos
O jornalista e escritor Joe McGinniss morreu aos 71 anos nesta segunda-feira, informou seu advogado Dennis Holahan, de acordo com a agência de notícias AP. O autor morreu de complicações de câncer de próstata na UMass Memorial Medical Center, em Worcester, Massachusetts.
Conhecido por relatos de não ficção, McGinniss foi um escritor polêmico, desde que descreveu os bastidores da campanha do candidato republicano Richard Nixon à Casa Branca em 1969 e o laço forte entre a política e a publicidade no bestseller “Vende-se um Presidente”.
Em 1983, obteve mais sucesso com “Fatal Vision”, um thriller em formato de reportagem no estilo do clássico “A Sangue Frio”, de Truman Capote. No livro, ele conta a história do médico Jeffrey MacDonald, acusado de ter matado sua mulher grávida e duas filhas pequenas, na Carolina do Norte.
Colunista de jornal Philadelphia, o jornalista foi criticado pelo relacionamento que manteve com MacDonald, que posteriormente foi declarado culpado. Antes do julgamento, o médico contratou o escritor para detalhar o caso, sob o compromisso de manter a “integridade essencial” da história – ou seja, sua inocência -- e ajudar a cobrir os custos de todo o processo.
Após sua prisão, McGinniss publicou o livro sob uma acusação severa ao suspeito. O relacionamento entre ambos rendeu um processo judicial e dezenas de artigos que analisaram a ética entre jornalista e sua fonte. Um exemplo foi o livro "O Jornalista e o Assassino", da jornalista Janet Malcolm.
Polêmica com Sarah Palin
McGinniss voltaria a política em 2011, ao pesquisar sobre a vida da ex-governadora do Alasca, Sarah Palin, primeira mulher candidata à Vice-Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano nas eleições de 2008.
No livro "The Rogue: Searching For The Real Sarah Palin" ("A Trapaceira: À Procura da Verdadeira Sarah Palin", em tradução livre), o jornalista apontou que uma das figuras mais conservadoras da política americana teria usado drogas ilícitas, mantinha fantasias sexuais com homens negros e teria sido uma mãe ausente.
O método de trabalho do autor já estava sendo alvo de polêmica e brigas com a família Palin, que o acusava de invadir sua intimidade por ter se instalado na casa vizinha. Para contornar o fato, os Palin chegaram a levantar uma cerca entre as duas casas depois que souberam que o novo vizinho queria escrever um livro sobre a ex-governadora.
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